O psiquiatra norte-americano Robert Spitzer, que ajudou a estabelecer novos padrões para doenças mentais e tirou a homossexualidade da lista de transtornos, morreu aos 83 anos.
Spitzer faleceu no último 25 de dezembro na cidade de Seattle vítima de complicações no coração, afirmou ao jornal “The New York Times” a esposa dele, Janet Williams, na terça-feira (29). Ele também sofria com o mal de Parkinson.
Nos anos 1970, Spitzer teve um papel de liderança na revisão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, na sigla em inglês), principal guia de diagnósticos da área.
Suas contribuições para várias edições do DSM são vistas como revolucionárias, ajudando a redefinir muitos dos comportamentos classificados como transtornos, utilizando padrões rigorosos – em vez de se basear nas classificações relativas à análise freudiana.
A homossexualidade, que até a década de 1970 era listada como um transtorno mental no DSM, foi um dos focos de pesquisa de Spitzer.
O médico trabalhou ativamente pela mudança após reuniões com ativistas dos direitos gays, concluindo que, se gays e lésbicas estão confortáveis com sua sexualidade, isso não poderia ser um transtorno.
Mas Spitzer gerou polêmica em 2001, quando publicou um estudo que descrevia uma terapia “reparativa” para alterar o comportamento homossexual. Ativistas gays protestaram, e ele pediu desculpas publicamente em 2012, dizendo que era a única coisa em sua carreira de que se arrependia.
O psiquiatra deixa a esposa e cinco filhos.