Robert Craft, escritor e maestro que passou muitos anos na companhia de Igor Stravinsky, produzindo livros sobre a vida do compositor e gravações de suas obras musicais, morreu na última terça-feira (10), em Gulf Stream, na Flórida, informou o “The New York Times”. Ele tinha 92 anos.
O músico sofria de câncer de próstata e tinha um histórico de doenças cardíacas, disse sua sobrinha Kristin Crawford ao “Washington Post”.
Craft era um aspirante a maestro em 1948 quando conheceu Stravinsky, considerado um dos mais importantes nomes da música clássica do século 20. Em pouco mais de um ano, ele se mudou para Los Angeles para viver com o músico e sua mulher.
Por mais de duas décadas, Craft foi assistente, conselheiro musical, companheiro de viagens e confidente de Stravinsky. A relação deu origem a uma série de livros escritos por ele, como “Conversations With Igor Stravinsky” (“conversas com Igor Stravinsky), de 1959, e “Memories and Commentaries” (“memórias e comentários”), de 1960.
A amizade também foi definitiva para a carreira do músico: Craft foi diretamente responsável pela introdução de Stravinsky, um ferrenho neoclássico, à música em 12 tons, uma técnica de composição à época vanguardista, cujo maior expoente era o austríaco Arnold Schoenberg.
Como maestro, Craft regeu algumas das mais importantes orquestras do mundo, entre elas a New York Philharmonic, a Chicago Symphony e a Royal Philharmonic of London.
Ele foi também responsável por gravações de artistas como Monteverdi, Bach, Mozart, Debussy, Pierre Boulez e Paul Hindemith.
Em um texto para o “The New York Times”, escrito em 1999, o compositor David Schiff disse que Craft, juntamente com Leonard Bernstein e John Cage, foi “um dos principais formadores do gosto musical americano na segunda metade do século 20”.
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