Juntando-se a senadores da esquerda e da direita da política norte-americana, o ator premiado com o Oscar George Clooney usou seu poder de influência na última quinta-feira para chamar a atenção pública para a região de Darfur, no Sudão, onde, afirmou, está ocorrendo o primeiro genocídio do século 21.
Clooney contou histórias de partir o coração sobre a visita que fez na semana passada à área de fronteira entre o Chade e a região sudanesa de Darfur, onde viu refugiados lotando campos sórdidos e mulheres procurando comida no lixo, enquanto enfrentam o risco de estupro ou morte.
Clooney exortou o público a participar de manifestações programadas para vários pontos dos EUA neste domingo para pressionar Cartum a pôr fim ao que, segundo Washington, equivale a um genocídio em Darfur.
Atores de Hollywood, líderes políticos e religiosos e personalidades do mundo esportivo participarão das manifestações, que devem atrair centenas de milhares de pessoas.
- O que não podemos fazer é olhar para o outro lado e esperar que essa situação desapareça por conta própria - disse Clooney numa coletiva de imprensa incomumente lotada, realizada no Clube Nacional de Imprensa. - Trata-se do primeiro genocídio do século 21.
O ator exibiu um vídeo curto da visita que fez com seu pai ao Sudão e ao vizinho Chade, uma coleção de entrevistas e imagens perturbadoras de crianças emaciadas em campos miseráveis.
Ladeado pelo senador conservador Sam Brownback, republicano do Kansas, e pelo senador liberal Barack Obama, democrata do Illinois, Clooney contou que, durante sua viagem, uma menina lhe perguntou quando ele retornará a Darfur "e acabará com isso."
Quando ele disse que seria em breve, a menina respondeu: "É isso o que vocês sempre falam."
Clooney costuma ser visto com mais frequência entre políticos democratas e já expressou críticas frequentes à administração Bush, mas, na quinta-feira, disse que em questões como a de Darfur não é possível pensar em termos de partidos.
No início de 2003, dois grupos rebeldes de Darfur, região que tem mais ou menos o tamanho do Estado do Texas, pegaram em armas contra a suposta pouca atenção que recebiam do governo central do Sudão, dominado por árabes.
Cartum é acusada de ter armado milícias, formadas principalmente por integrantes de tribos árabes, para reprimir a rebelião. O que se seguiu foi uma campanha de assassinatos, violações, pilhagem e incêndios criminosos que deixou dezenas de milhares de mortos e expulsou mais de 2 milhões de pessoas para os campos de refugiados em Darfur e no Chade.
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