É possível o Brasil crescer sem educar?
Pesquisas internacionais indicam, consistentemente, que de todos os fatores que influenciam o desempenho da educação, o mais importante para o futuro de uma criança é a formação dos pais.
Nos últimos anos, com raras exceções, o Brasil se tornou o queridinho da imprensa internacional. Reportagens em todos os cantos do mundo apresentavam o mesmo cenário: o gigante latino-americano acordou. Passamos relativamente bem pela crise financeira mundial, conquistamos importantes avanços sociais, seremos sede da Copa do Mundo (2014) e da Olímpiada (2016).
Tudo parece muito bom, exceto por um detalhe essencial: o país pena para educar suas crianças. Em testes internacionais, o Brasil está na rabeira das avaliações de leitura, matemática e ciência. É possível sustentar o crescimento econômico num país em que 20% da população é analfabeta funcional? O desenvolvimento necessariamente vai levar a uma melhora na educação? Essas perguntas estão no centro do debate proposto por esta edição do Caderno G Ideias.
Identificar os fatores que determinam um sistema educacional de qualidade é tarefa árdua. A qualidade da educação apresenta tantas variáveis que, segundo um estudo de dois economistas brasileiros, pode, inclusive, estar ligada ao que aconteceu no país há mais de cem anos.
De acordo com o estudo conduzido por Renato Colistete e Irineu de Carvalho Filho, os municípios de São Paulo que mais investiram na educação no início do século 20 foram os que receberam as melhores notas no Enem de 2007. Ainda que não seja uma relação de causalidade, os dados jogam luz sobre o problema da educação no Brasil de hoje, marcado por uma rede pública ineficiente.
Tão ineficiente que, segundo o João Batista Araújo e Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto (Iab), são justamente as escolas que não seguem as recomendações das secretarias de educação que conseguem obter os melhores resultados.
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