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A top brasileira Gisele Bündchen deve ter o toque de Midas. Em uma viagem relâmpago a São Paulo, a bela, que veio de Nova York à cidade para lançar uma linha de xampus e condicionadores, esbanjou simpatia em um vestido curto de renda francesa, em um tom um pouco mais escuro e brilhante que suas madeixas. Ela, que desfila e faz cada vez menos campanhas, mas nem por isso vê seu saldo bancário diminuir, é um fenômeno. A marca que a contratou provavelmente receberá de volta com o aumento das vendas seu generoso cachê e muito mais. Sim, a garota é de ouro, assim como os tons de sua pele, cabelos e do vestido escolhido por ela mesma para a noite, especial para a cidade da garoa, que cada vez menos espera a visita da top.

- Quase não faço mais desfiles, nem no exterior, e só venho ao Brasil uma ou duas vezes ao ano - explicou-se.

Sua presença é capaz até mesmo de levantar o decadente império do luxo Daslu, que sediou a festa de lançamento dos produtos de cuidados para os cabelos na noite de segunda-feira (3). A megaloja enfrenta, desde sua abertura, em 2005, acusações de sonegação fiscal, subfaturamento na importação de mercadorias, evasão de divisas, falsificação de documentos e contrabando do Ministério Público.

A ida de Gisele ao prédio de estilo neoclássico espantou estas nuvens negras e atraiu cerca de 350 convidados, todos na expectativa de vê-la. Além deles, mais de 100 jornalistas ajudaram a encher a sala de eventos. A confusão na sala reservada para a coletiva com Gisele era grande e ela se esforçava para enxergar os repórteres que lhe faziam perguntas.

- Gosto de olhar nos olhos - falou gesticulando e sorrindo com simpatia.

A bela surgiu em um palco. Surpreendeu-se com o espaço destinado só para ela. Posou para fotos, muitas fotos, sem perder o bom-humor e respondeu a poucas perguntas, nenhuma sobre sua vida pessoal, como havia alertado anteriormente a organização do evento.

O leve e delicado vestido da top insitiu em fazer jus ao nome - tomara-que-caia - e o decote ameaçou umas tantas vezes descer mais do que devia. A bela aprumava-se com uma graça bricalhona. O criador do modelito foi o estilista Franco Oliveira Coulture, apelidado por Gisele de "couture".

- O vestido foi todo feito à mão. Me senti na haute-couture (alta-costura) de Paris. Ele é um fofo - disse Gisele.

O estilista escolheu o tom de dourado do tecido para combinar com o cabelo de Gisele. A roupa foi confeccionada com a técnica de modelagem. Franco não revelou o valor da peça, mas contou que cada metro da renda custou US$ 490. Foram usados cerca de 10 metros para fazer o vestido. Ele nunca havia vestido Gisele. Contou que ela escolheu seu desenho entre os croquís de outros três concorrentes.

No camarim, Gisele pediu bom-bom de chocolate branco recheado com chocolate preto, biscoitos cobertos de chocolate e água-de-coco.

A top contou que sua cabeleira já passou por tudo que se possa imaginar, mas continuava viva, felizmente. E arriscou uma confissão: quando dorme com os cabelos molhados, acorda parecendo um espantalho. A declaração fez a platéia indignar-se de incredulidade.

É a primeira vez que ela faz campanha para produtos de cabelo. O cabeleireiro Marco Antonio de Biaggi, um dos convidados da festa, acha até que demorou muito para alguém ter essa idéia.

- Há uma década ela é única. Nunca mudou o cabelo. E tem sempre o mesmo bronze na pele. Estou super curioso para ver a foto da campanha. Se vão deixar o cacheado natural do cabelo dela ou não. Mas imagino que vai ter vento - disse Marco Antonio.

Gisele falou sobre seus cuidados com a pele, como reaplicar o filtro solar a cada quatro ou cinco horas na praia e usar fator de proteção 15 no corpo e 30 no rosto. Quiseram saber seus segredos de beleza. Ela brincou dizendo que, se contasse, deixariam de ser segredos. Mas respondeu:

- Faço banho de creme no cabelo uma vez por mês. Nunca passo condicionador na raiz do cabelo e nunca durmo de maquiagem.

Simples assim. Para manter a forma, Gisele faz yoga três vezes por semana quando tem tempo. Joga vôlei nas e férias e pratica esportes radicais, sempre que pode.

A top avisou que não tem nenhum projeto para voltar às telas de cinema e defendeu o visual saudável na moda, do qual ela é uma forte representante.

- Essa tendência do "rehab chic" deve estar em 1% das revistas e em um ou dois editorias de moda. A maioria quer uma mulher saudável, bonita. No mundo fashion, há coisas que são referência, como o estilo "heroin chic", que aparece às vezes. Mas na minha modesta opinião, não acho que isso vá voltar - avaliou.

Disse que vive o momento e não pensa no futuro.

- É uma hipocrisia achar que a gente tem o controle do que vai acontecer amanhã.

Sobre desfilar nas semanas de moda no Brasil, a bela foi misteriosa. Disse que não recebeu convites, por isso, ainda não pensou nisso.

- Vou pensar a respeito.

Disse que não gosta da palavra erro e jamais voltaria atrás na vida e deixaria de fazer coisas ou mudaria o passado.

- Quem eu sou hoje deve-se às experiências que tive - filosofou a garota dourada.

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