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A Escolha de Sofia
(Sophies Choice, Estados Unidos, 1982). Direção de Alan J. Pakula. Com Meryl Streep e Kevin Kline. Universal, 151 min. Classificação indicativa: 18 anos. Preço médio: R$ 49,90 (Blu-ray). Drama. GGG1/2
Laços de Ternura
(Terms of Endearment, Estados Unidos, 1983). Direção de James L. Brooks. Shirley McLaine, Debra Winger e Jack Nicholson. Paramount. 132 min. Classificação indicativa: 14 anos. Preço médio: R$ 39,90 (Blu-ray). Drama. GGG1/2
A Livraria Cultura segue firme e forte em seus projetos de parceria com distribuidoras para lançamento, com exclusividade, de títulos importantes que andavam sumidos das locadoras e lojas, por nunca terem sido lançados em DVD no Brasil, ou por estarem esgotados há muito tempo. Chegaram recentemente às suas prateleiras, também disponíveis no site da loja, as edições em Blu-ray de dois longas-metragens relevantes do cinema norte-americano dos anos 1980: os dramas A Escolha de Sofia (1982), de Alan J. Pakula, e Laços de Ternura (1983), de James L. Brooks. Em comum, os dois filmes têm o fato de terem dado a suas estrelas Meryl Streep e Shirley McLaine, respectivamente o Oscar de melhor atriz.
Pakula, diretor do também premiado drama político Todos os Homens do Presidente, leva com elegância e vigor o polêmico romance A Escolha de Sofia, do escritor norte-americano William Styron, que com a obra venceu o prestigiado National Book Award, em 1980.
O livro, quando lançado, causou certa controvérsia dentro e fora dos Estados Unidos por trazer como protagonista uma sobrevivente do Holocausto que não é judia, mas sim católica Sofia acaba sendo vítima do nazismo por questões políticas relacionadas à militância socialista e intelectual de sua família.
A história de Sofia, vivida por Meryl Streep, é narrada de forma não linear. Nos anos que se seguem ao término da Segunda Guerra Mundial, ela vive, como refugiada, em Nova York com seu amante, o emocionalmente instável Nathan (Kevin Kline), um homem que salvou sua vida, mas com quem, em decorrência dos transtornos psíquicos que o atormentam, vive em uma eterna corda bamba.
Quando Stingo (Peter McNichol), jovem aspirante a escritor sulista, se instala na mesma pensão onde moram Sofia e Nathan, aos poucos se forma um triângulo amoroso, que nas páginas do livro causou escândalo e é um tanto atenuado na versão cinematográfica, bem menos explícita nos detalhes eróticos.
À medida em que Sofia se aproxima de Stingo, o trágico passado dela durante a guerra vem à tona. Não cabe aqui contar seu segredo aos que não sabem. A trama, que fala abertamente da participação polonesa na cruzada antissemita perpetrada pelos nazistas, caiu mal na Polônia, onde o livro foi proibido nos anos 1980.
Também indicado aos Oscar de melhor fotografia, figurino, roteiro adaptado e trilha sonora, A Escolha de Sofia é, talvez, austero e contido demais, se comparado à obra que o originou. Realizado durante a Era Reagan, mais conservadora, o filme carrega nas cores do drama e economiza no sexo. Meryl Streep, que havia vencido o Oscar de melhor atriz coadjuvante por Kramer versus Kramer em 1979, é o centro das atenções com sua esplêndida atuação, que a consolidou na posição de grande atriz de sua geração.
Melodrama familiar
Laços de Ternura, por sua vez, é um filme de vocação bem mais evidentemente popular. Baseado no best seller de Larry McMurtry (ganhador do Oscar pelo roteiro de O Segredo de Brokeback Mountain), é um melodrama familiar na melhor tradição do cinema hollywoodiano.
James L. Brooks (de Melhor É Impossível), que venceu com o longa-metragem as estatuetas de melhor filme, direção e roteiro adaptado, é um mestre dos diálogos. Capaz de equilibrar drama e comédia com maestria, quando acerta a mão.
A trama tem como foco a atribulada relação entre Aurora (Shirley McLaine) e sua filha Emma (Debra Winger, também indicada ao prêmio da Academia), que apesar de se amarem, têm diferenças de temperamento que as impedem de conviver pacificamente. Estão sempre às turras. O filme acompanha esse relacionamento de altos e baixos ao longo de anos, até Emma cair doente de câncer. Brooks fez o público chorar litros, mas também rir um tanto, graças à luxuosa participação de Jack Nicholson, que ganhou seu segundo Oscar (este como coadjuvante) no papel de um astronauta aposentado sedutor que vive um amor de outono com Aurora.
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