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Apaixonada por dança, a bailarina Andrine Beraldo se apresentou  grávida de sete meses . | Divulgação/Festival de Dança de Joinville
Apaixonada por dança, a bailarina Andrine Beraldo se apresentou grávida de sete meses .| Foto: Divulgação/Festival de Dança de Joinville

Piruetas, grand battements e cambrés. Comuns em coreografias de jazz, esses passos ganharam um brilho diferente ao serem executados pela bailarina Andrine Beraldo no Festival de Dança de Joinville deste ano. É que a moça , de 21 anos, estava grávida de sete meses e exibiu a barriga de gestante nos palcos do evento. A vontade da bailarina de dançar em qualquer circunstância, que ela mesma descreve como sendo fruto de uma paixão pela atividade, representa o gosto pela dança que une os participantes do festival, maior evento do mundo na área.

Em sua 35ª edição, o festival da cidade catarinense reuniu até 30 de julho diversas categorias, modalidades e personalidades da dança, incluindo Andrine, que começou a dançar com três anos e além de jazz pratica dança contemporânea e balé clássico.

Apesar da gravidez não planejada, a bailarina conta que sempre sonhou em ser mãe, e, quando descobriu que esperava um filho, seu primeiro pensamento foi que não queria deixar de dançar.

Andrine dançou no Festival uma coreografia de jazz com o grupo Movimento Artístico Patrícia Dalchau.Divulgação/Festival de Dança de Joinville

Após passar por exames e conversar com a médica que acompanharia a gestação, Andrine ficou sabendo que exercícios físicos poderiam ser excelentes para o bebê. Isso bastou para que ela tomasse a decisão de dançar até que seu corpo lhe permitisse. “Como eu sempre dancei, continuar não é prejudicial para a gravidez. É diferente de uma mulher que nunca tenha praticado atividades físicas e de repente queira começar”, explica a gestante.

A espera do bebê tomou uma forma diferente quando Andrine descobriu que seria uma menina. Em conjunto com o marido decidiu chamá-la de Valentina, nome escolhido pelo significado - força e valentia - e pela popularidade na Itália, país de descendência do casal. Assim, Andrine passou a sonhar que um dia a pequena também estaria nos palcos por conta própria. “Pelo que eu sei, os hormônios que eu libero influenciam ela. Como a dança é minha paixão, nesses momentos ela acaba se sentindo bem também, e eu espero que isso interfira na vontade dela de dançar no futuro”.

Na rotina de ensaios, apenas os passos mais acrobáticos, movimentos de coluna e sequências no chão tiveram de ser interrompidos, para não prejudicar o bebê. Como Andrine também é professora de dança, explica que sabe dosar os movimentos para que eles se adequem à sua condição. E a Valentina parece entender os momentos de concentração da mãe. “Enquanto eu danço, ela fica paradinha. Só começa a se mexer bastante quando eu termino a coreografia, isso me ajuda demais”.

Suporte

O apoio para que Andrine não interrompesse as atividades veio de diversas fontes. A coreógrafa do grupo em que dança a deixou continuar na coreografia; o público, segundo a bailarina, se emociona com a cena e a procura depois das apresentações para comentar a situação; e o pai de Valentina, Luís Felipe Beraldo, acompanha todos os espetáculos que pode e está presente nos ensaios.

O futuro pai explica que acompanhou o processo de adaptação da sequência de dança conforme a barriga da esposa foi crescendo, e notou que a energia de Andrine só aumentou com o passar do tempo. “Era como se a Valentina estivesse ajudando a mamãe nos movimentos ao invés de sobrecarregá-la”, lembra.

Estudante de arquitetura, Luís Felipe conheceu Andrine em 2012 em um retiro da igreja, e desde o início o companheirismo foi um dos pilares da relação. Essa atitude também se estende à profissão da amada: “eu assisti essa coreografia dezena de vezes esse ano, e pra mim é sempre como se fosse a primeira vez”.

Andrine dançou no Festival de Joinville, onde mora atualmente, inúmeras vezes, e considera que estar presente nesta edição está sendo um marco em sua vida. Com seu grupo, o Movimento Artístico Patrícia Dalchau, fez três apresentações nos palcos abertos do evento. O espetáculos foram os último que a bailarina participou antes de se afastar para o período final da gravidez.Com a aproximação do oitavo mês de gestação, depois do grande momento de se apresentar no festival, a futura mamãe pretende se dedicar ao grande momento de receber a Valentina.

O Festival

O 34º Festival de Dança de Joinville aconteceu de 20 a 30 de julho. Desde 2005, o evento é considerado o maior do mundo segundo o Guiness Book. Este ano, 437 grupos e escolas de dança e 7.800 participantes foram iscritos. O público é estimado em 230 mil pessoas que assistem a espetáculos nas noites competitivas, de abertura e de gala, Festival Meia Ponta, Mostra Contemporânea, além de 200 apresentações gratuitas em locais como shoppings e praças.

Colaborou: Cecília Tümler

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