Milla Jovovich brinca com seu estado interessante. "Não seria contra a publicidade do filme estar grávida?", diz à repórter. Mas os produtores sabem o valor da ucraniana e quanto seus fãs mundo afora adoram vê-la falando de mais uma seqüência de "Residente evil". Desta vez ela ataca zumbis, morre várias vezes e luta com monstros bizarros. É realmente estranho ver a atriz entrar pela sala do Hotel W, em Los Angeles, com barriga - pés, bochechas e seios... - enorme para falar de sua última encarnação de Alice.A atriz, com 31 anos, não descansará até o último mês de gravidez. Continuará viajando para promover "Resident evil 3: A extinção" enquanto sua primeira filha não chegar ao mundo, o que está programado para 4 de novembro. O filme, orçado em US$ 100 milhões, estréia no Brasil nesta sexta-feira (5). No primeiro fim de semana a bilheteria nos EUA (US$ 24 milhões) foi recorde para a franquia, que começou em 2002 com "Resident evil" e continuou em 2004 com "Resident evil 2: Apocalipse".
A musa dos fãs de games pode não ter mudado muito sua rotina. Viaja de avião, continua se exercitando, come de tudo, promove sua grife e ainda compõe músicas novas. "Acabei de lançar demos no meu site, vai lá ver", convida a todos para visitarem sua página oficial. Mas algo a transformou.
- Tenho certeza que (a gravidez) vai afetar o tipo de papéis que vou fazer no futuro. Talvez eu seja um pouco mais conservadora. Talvez (risos) - diz a atriz, que recusou o papel em "The paperboy", de Paul Verhoeven.
Vaidosa, a ex-modelo também não descarta entrar na moda das cirurgias plásticas.
- Se é para dar uma guaribada, não vejo problema algum. Toda mulher passa por isso. Quero ter mais filhos, então só faria plástica mais tarde, daí não teria problemas - desabafa a musa.
E mais: ela não quer sua filha assistindo a alguns de seus filmes. Ou pelo menos, a algumas cenas.
- Tem filmes que fiz uma prostituta! Acho que vou pedir para ela fechar os olhos ou vou esconder meus DVDs. Brinco com meu noivo (Paul W. S. Anderson, diretor do primeiro "Residente evil", além de "Alien Vs. Predador" e "Soldado do futuro"): "Pelo menos fiz filmes que ela pode ver, mas você...".
Os hormônios começaram a atingir Milla antes mesmo da gravidez. Ela não queria voltar a viver a combatente Alice nesta terceira seqüência. "Não gostei do segundo filme. Pegou muito pesado na pirotecnia", justifica.
Em "A extinção", há momentos mais "calmos". Pelo menos do ponto de vista da atriz.
- É preciso baixar a bola, deixar as pessoas respirarem na poltrona - explica.
Alice é quem precisa respirar na tela. A guerreira foge dos ambiciosos cientistas da Umbrella Corporation pelo deserto de Las Vegas matando zumbis, inclusive corvos zumbis do game, que devoram o resto da civilização. Momentos "calmos", como ela diz, ficam a cargo do sofrimento e da reflexão dos últimos sobreviventes e até de alguns flertes (como o da enfermeira Betty, vivida pela cantora Ashanti, e dela com o comandante Carlos Oliveira, interpretado por Oded Fehr).
As explosões, os litros de sangue, o bicho Tyrant (seu "boss" no jogo) e a adrenalina estão lá e mais carregados. No entanto, Alice está mais emocional do que nunca.
- Ver a si mesma ser atirada no lixo, é duro - diz ela sobre seus clones produzidos pela Umbrella.
Segundo Milla, cada morte de um clone foi uma cena de "Halloween", assim... "assustadora". E mesmo depois de tanto treino e acostumada com os três filmes, uma das estripulias sem dublê foi cortada pela produção.
- Eu deveria pular do alto de uma torre de mais ou menos 20 metros. Foi ridículo, parecia alguém no bungee jump pela primeira vez.
Os hormônios falam alto também quando questionada se voltaria a lutar contra a Umbrella...
- De jeito nenhum interpreto mais clones!
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