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Selton Mello e Grazi Massafera contracenam no filme dirigido por José Eduardo Belmonte: criação coletiva e admiração mútua | Divulgação
Selton Mello e Grazi Massafera contracenam no filme dirigido por José Eduardo Belmonte: criação coletiva e admiração mútua| Foto: Divulgação

Opinião

Filme desperdiça boa ideia

Decepcionante. Esse é o adjetivo que melhor se aplica a Billi Pig, primeira incursão do cineasta "autoral" José Eduardo Belmonte (de A Concepção e Se Nada Mais Der Certo) no cinema comercial, mais precisamente na comédia popular.

A ideia até que era boa: resgatar a estética das chanchadas dos anos 1950 e 1960, as comédias musicais de Grande Otelo e Oscarito, e também a fantasia e o espírito anárquico dos primeiros filmes dos Trapalhões. Uma história original, criada por um autor de prestígio, capaz de atrair atores do gabarito de Milton Gonçalves e Selton Mello, além de uma estrela da tevê adorada pelo público – um trunfo importante como chamariz de audiência. Publicidade e distribuição garantidas, com a grife Globo Filmes. E, por fim, a sacada do porquinho falante, que poderia seduzir os espectadores pré-adolescentes.

Mas alguma coisa deu errada, e a receita "infalível" de Belmonte desandou. Há poucos momentos engraçados (protagonizados invariavelmente por Milton Gonçalves), o roteiro abusa do nonsense, misturando guerra de quadrilhas com fantasmas, milagres e até um pato azul-turquesa, e as atuações são irregulares. Selton Mello, dono de um talento inquestionável, parece não conseguir se livrar de Pedro, seu personagem em A Mulher Invisível. O mesmo vale para Otavio Müller, que repete sempre as mesmas gags e trejeitos. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, o personagem do único comediante do elenco, Tadeu Mello, não tem a menor graça. Grazi, por incrível que pareça, é uma das poucas que consegue emprestar alguma credibilidade ao seu papel, a bela garota suburbana que sonha em ser atriz. Porém, entre mortos e feridos, o único que se salva mesmo é Milton Gonçalves, que consegue tirar leite de pedra com o seu padre Roberval.

Ah, já ia esquecendo do Billi Pig: o porco falante criado em computação gráfica, que tinha tudo para ser uma excelente "escada" aos atores de carne e osso, não é nem fofo e nem engraçado. Apenas chato. Se era para ser uma homenagem às chanchadas, os fantasmas de Grande Otelo e Oscarito vão puxar o pé de José Eduardo Belmonte.

Luigi Poniwass

Sete anos depois de se tornar "celebridade instantânea" no Big Brother Brasil 5 – do qual foi vice-campe㠖, Grazielli Massafera (natural de Jacarezinho, no Norte Pioneiro) continua enchendo os paranaenses de orgulho como a única ex-BBB que "deu certo". Com cinco novelas no currículo (incluindo a atual, Aquele Beijo, no ar às 19 horas), participações de destaque em especiais como Casos e Acasos e As Cariocas, mais de 270 capas de revistas, 50 campanhas publicitárias e vários prêmios, casada com o galã Cauã Reymond e grávida de sete meses da primeira filha, Sofia, Grazi dá mais um passo na bem-sucedida carreira: se atira de cabeça no cinema.

Nesta quinta-feira, mesmo com o barrigão, a atriz insistiu para estar presente na pré-estreia do longa-metragem Billi Pig, de José Eduardo Belmonte, no Cinemark do Shopping Mueller, em Curitiba. "É a terra dela, ela fez questão de vir e trazer a família inteira para ver o filme", contou Belmonte no evento. De fato, pelo menos quatro fileiras de poltronas foram reservadas para parentes e amigos da atriz, que moram principalmente em Paranaguá e Jacarezinho. O longa, que conta ainda com Selton Mello e Milton Gonçalves no elenco, estreou ontem em 200 salas em todo o Brasil.

Grazi conta que ela e o autor José Eduardo Belmonte já haviam "se namorado" em 2006, para o filme Se Nada Mais Der Certo – que, no fim, seria estrelado pelo hoje maridão Cauã Reymond. "Na época eu fiquei com um medinho", confessa. "Eu tinha acabado de aceitar o convite para fazer a minha primeira novela [Páginas da Vida, de Manoel Carlos], e fiquei insegura. Mas, por obra do destino, o Cauã fez e ali nasceu a minha admiração pelo Zé."

Admiração mútua, segundo o diretor: "Eu queria muito a Grazi no Billi Pig. Insisti durante algumas semanas, até que ela concordou". A atriz conta que foi fisgada pelo roteiro (assinado pelo próprio Belmonte, junto com Ronaldo d’Oxum) e pelos colegas de cena: "Primeiro eu me apaixonei pelo roteiro... falei: ‘caramba, é muito louco!’. E vi que ia ter gente muito boa fazendo comigo, então resolvi encarar".

Até então, a única experiência de Grazi Massafera na comédia – sem contar participações-relâmpago em humorísticos – tinha sido Florinda Palhares, filha do prefeito vivido por Lima Duarte em Desejo Proibido, de 2007. "Mas eu venho de uma família que adora rir de si mesma", relata. "Meu pai gosta muito desse mundo lúdico, de brincar, inventar histórias, se fantasiar... trouxe isso da minha casa, e apostei na minha intuição e sensibilidade para fazer o filme."

Intuição e sensibilidade turbinadas pela troca de experiências com o diretor e os colegas de elenco: "Eu aprendi muito. Foi delicioso conviver com tantas pessoas que eu admiro neste projeto, poder observar o processo de criação deles diariamente, ver o Selton criando um personagem na minha frente, discutir numa mesa redonda. Foram momentos mágicos e preciosos", descreve.

Elogios

Grazi estende os elogios ao diretor José Eduardo Belmonte: "O Zé teve uma generosidade e uma sensibilidade absurda comigo, tanto na parte técnica quanto para me ajudar a desmitificar os meus ídolos", revela. "A gente chegou a jogar pingue-pongue, para eu pegar o ritmo dos diálogos e improvisos. E deu certo!"

Ainda engatinhando no cinema, Grazi já compreende bem as diferenças das duas linguagens: "Na tevê é tudo muito rápido, você tem que ter jogo de cintura, rapidez de raciocínio, e os atores já trazem os personagens prontos de casa. Você tem chance de errar, porque vai ter oito meses para acertar", conta. "No cinema, você tem essa chance de criar junto com os outros atores, participar do processo de cada um, tem um tempo maior de preparação. Mas, depois que fez, fez. Tá na mão do editor, do diretor, não tem como consertar. Os dois são bem complicados."

Passado este "batismo", e com as fortes emoções que vêm por aí a partir do nascimento de Sofia, previsto para maio, Grazi Massafera começa a se sentir preparada para enfrentar desafios ainda maiores no cinema: "Tenho vontade de me jogar, fazer alguma coisa mais visceral, como os filmes anteriores do Zé. Com calma, dando um passinho de cada vez, tenho quebrado algumas barreiras. Acho que este momento está chegando!"

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