Gripe Forte em ação: quatro bandas em uma só| Foto: Michele Zambom/Divulgação

Se há um tema dando pano para mangas na cena roqueira de Curitiba é o confronto entre músicos "autorais" e os que tocam cover. Especialmente após o anúncio de que no Festival Estação Pedreira (no dia 26 de abril) haverá um palco só para versões de Raul Seixas, Bob Marley e outros.

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De um lado, os defensores ferrenhos da música "autoral" acham que a proliferação do cover sufoca a cena. Do outro, músicos que tocam sucessos alheios na noite alegam que precisam fazê-lo para botar comida na mesa, pagar o aluguel e o sapato novo da mulher.

A Gripe Forte, que lotou o Bar Lavenka, no São Francisco, na última sexta-feira, resolve a questão unindo o melhor dos dois mundos.

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A formação reúne os frontmen e compositores de três das bandas de rock que fizeram mais barulho na cidade nas últimas duas décadas: Fábio Elias (Relespública), Oneide Diedrich (Pelebrói Não Sei?) e Giovanni Caruso (Faichecleres).

Para fechar o quarteto, o baterista Ivan Rodrigues, que atualmente toca em oito bandas da cidade. Ivan é filho de Ivo Rodrigues (1949-2010), vocalista do Blindagem e herói do rock local.

No show, o grupo faz um autotributo às bandas "autorais" de cada um. Ivan representa o Blindagem. Uma ideia tão boa, simples e bem-executada que fica à prova de erros.

Todos são ótimos e carismáticos músicos. Cada uma das quatro bandas tem muitos fãs que lotam os shows em qualquer cidade do estado. Dividindo o repertório por quatro, a banda consegue tocar por horas, sem escorregões, só com as melhores músicas de cada formação.

Assim, os concertos costumam ser grandes festas. Algo que se repetiu na última sexta. O show, que começou às 2 da manhã, foi catártico desde a primeira música, o hino "Oração de um Suicida", de Ivo e dos irmãos Paulo e Pedro Leminski, até a última, o megahit "Garoa e Solidão", da Relespública.

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Passando por outros sucessos do Faichecleres e Pelebrói, a GF mostrou que está entrosada. Os três vocalistas já decidiram quem canta o quê e quando e o resto é alegria: duas horas e meia de porradas no palco que está se tornando um pico rocker de Curitiba. Pode até não ser nenhuma novidade, mas é o melhor show de rock da cidade. GGGG