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Com a chegada da guerra, o cavalo Joey é vendido para o exército inglês, deixando seu dono Albert inconformado | Divulgação
Com a chegada da guerra, o cavalo Joey é vendido para o exército inglês, deixando seu dono Albert inconformado| Foto: Divulgação

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Cavalos sempre exerceram um grande fascínio sobre nós, humanos. Dotados de uma aparente solenidade, nobreza e companheirismo, suplantam a relação de estima que temos geralmente por cães e gatos também por sua funcionalidade. É com essa relação que o diretor Steven Spielberg trabalha em Cavalo de Guerra, baseado no livro homônimo do escritor inglês Michael Morpurgo. A história, que já havia sido um sucesso no país do autor com uma adaptação teatral de Nick Stafford, se passa durante a segunda década do século 20, mais especificamente durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Dirigido e fotografado em estilo retrô, o filme gira em torno de Joey, um potro indomável que desenvolve uma relação de afeto e subserviência com o garoto Albert Narracott (Jeremy Irvine), filho de camponeses britânicos que vivem à mercê do latifundiário Lyons. Com a chegada da guerra, o pai de Albert, Ted, um ex-combatente do conflito dos bôeres, na África do Sul, é obrigado a vender o cavalo para o exército real a fim de sanar a dívida da terra onde a família vive.

A partir de então, o foco narrativo prende-se ao cavalo e às pessoas que encontram o animal, de um galante oficial britânico a um maléfico general alemão, passando por dois irmãos que queriam escapar do combate e um velho senhor francês e sua neta. Enquanto isso, Albert, que não consegue esquecer seu potro, alista-se no exército para ir em busca de seu companheiro. Todos eles desenvolvem um tipo diferente de obsessão e adoração pela força e candura rebelde de Joey, e recobram algum tipo de humanidade que a guerra os força a abandonar.

Spielberg, apaixonado pelo cinema clássico, não esconde em Cavalo de Guerra a aura romântica e idealista que o consagrou em filmes como A Lista de Schindler e E.T. – O Extraterrestre, para citar dois títulos tematicamente díspares entre si. Utilizando luzes e cenários artificiais, além de uma direção de arte que parece tirada diretamente dos anos 1960, o diretor compõe uma relíquia cinematográfica em todos os sentidos. Com uma trama muito redonda e uma crítica aos maus-tratos a cavalos na Primeira Guerra Mundial – obsoletos ante tanques e metralhadoras –, Cavalo de Guerra é sensível e carregado nos momentos dramáticos, capaz de emocionar o público de diferentes faixas etárias.

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