Apresentação de Guns N´Roses no Rock in Rio| Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Destaque

Coldplay foi um dos melhores

Voltando ao Brasil cerca de um ano e meio após sua última passagem, o Coldplay mostrou um repertório renovado em seu bom show no Rock in Rio, no sábado, apresentando muitas canções de seu próximo álbum, Mylo Xyloto, que será lançado em 24 de outubro.

As novas músicas (foram sete, num show de 18), como a balada "Us Against the World" e a animada "Every Teardrop Is a Waterfall", se encaixaram bem entre os sucessos da banda, fazendo com que a apresentação tivesse fluência, mantendo o astral dos fãs sempre alto.

Única banda internacional do sábado com status suficiente para tocar para 100 mil pessoas (as outras foram Maroon 5 e Maná), o Coldplay mostrou como é calejado em shows para multidão.

O repertório extremamente acessível, mesclando baladas e rocks leves, somado à simpatia do vocalista e a um apuro visual como ninguém havia mostrado no festival garantiram uma apresentação tecnicamente impecável.

Martin é hábil em mexer com seus fãs: faz caras e bocas para o público feminino, ergue a bandeira do Brasil, grafita a palavra Rio com um coração no lugar do "o", faz citação de "Mas que Nada" no meio de uma canção, corre, pula, se dedica ao espetáculo, faz valer o ingresso.

Em termos musicais, a banda se garante com um repertório sólido de baladas (algumas muito belas, como "The Scientist", que Martin leva ao piano) e rocks de estádio (como "Viva la Vida", com seu coro de "ôôôô") para todos cantarem juntos.

Martin terminou a apresentação com uma camiseta onde se lia "Rio, eu amo, eu cuido" –provavelmente uma peça promocional da prefeitura da cidade, mas, mais do que isso, uma boa frase para representar o carinho que o Coldplay mostrou com o público.

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Serj Tankian apresentou 29 músicas menos de duas horas
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Depois de muitos boatos de que Axl Rose nem chegaria ao Brasil, espalhados na manhã de domingo pelas redes sociais, o cantor do Guns N’ Roses desembarcou no aeroporto Tom Jobim no início da tarde do último dia do festival Rock in Rio. Bem, não exatamente o último dia, já que a banda só subiu ao palco às 2h45, já madrugada de ontem, debaixo de chuva bem forte. Axl usava chapéu sobre a bandana e uma grossa capa amarela. Abriu o show com "Chinese Democracy", música que dá título ao único – e fraco – álbum que lançou nos últimos 18 anos.

Dizer que o Guns está decadente hoje é pouco. Já estava em 2001, quando saiu do limbo para vir ao festival. Na época, sua vinda foi vista como uma retribuição do festival por a banda ter tocado lá em 1991, no auge da popularidade mundial do grupo. Contando só com Axl Rose da formação original, o Guns é, hoje, uma banda cover de si mesma.

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Do consagrado primeiro álbum da banda, Appetite for Destruction (1987), várias foram executadas. Entre elas, a balada "Sweet Child O’Mine" e as agitadas "Welcome to the Jungle" e "Paradise City". Axl atende aos fãs que veneram o primeiro disco, mas empurra junto seu material mais recente e inferior. E mais hits de outros álbuns, claro, como "Patience" e "November Rain".

Se o Guns já não faz diferença no cenário rock mundial, difícil será convencer os 100 mil fãs que deliraram com o banho de hard rock que encerrou o Rock in Rio 2011.

System of a Down faz show enérgico

Com um show para lavar a alma dos fãs que aguardavam sua vinda ao Brasil há anos, o System of a Down trouxe as rodas de pogo – parte indispensável de qualquer festival que inclua rock pesado – ao Rock in Rio.

Já a partir das hipnóticas batidas de "Prison Song", a música de abertura, a energia concentrada de milhares de "headbangers" (como são conhecidos os fãs de metal) explodiu, assustando quem não conhecia a banda ou o estilo do som e abrindo os característicos círculos no meio da plateia, na base da força e dos empurrões.

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Com um roteiro idêntico ao que apresentaram em São Paulo, onde haviam feito um show no sábado anterior (29 canções em pouco menos de duas horas), o quarteto armênio-americano, capitaneado pelo vocalista Serj Tankian (que também toca teclados e guitarra) e pelo guitarrista Daron Malakian (que também canta), tocou músicas de seus cinco álbuns, fazendo um bom apanhado de sua carreira e da variação de ritmos e estilos que eles misturam com o heavy metal, que é sua base.

Pontos altos

Canções mais populares, como "B.Y.O.B.", "Chop Suey", "Lonely Day" e "Toxicity", dos discos Mesmerize (2005), Hiopnotize (2005) e Toxicity (2001) – clássicos do new metal – foram pontos altos em um show que merece ser incluído em qualquer lista de melhores do Rock in Rio.