Quem ouve "Wind It Up", faixa de abertura e primeiro single de The Sweet Escape, segundo álbum-solo de Gwen Stefani, vai ficar no mínimo intrigado. Teria a vocalista do No Doubt banda atualmente na geladeira enquanto a cantora faz seu bem-sucedido vôo solitário se rendido ao charme do funk carioca? A exemplo da cingalesa M.I.A., apaixonada pelo batidão produzido nas favelas e subúrbios do Rio, Gwen deita e rola em uma base pré-gravada no melhor estilo Tati Quebra-Barraco. Para cachorra nenhuma colocar defeito. O toque, digamos, de cultura eurocêntrica apenas se faz presente por conta de um sample de "The Lonely Goatherd", singelo tema de trilha sonora do clássico musical A Noviça Rebelde. Aquele do show de marionetes.
A faixa seguinte, que dá título ao álbum, tem uma levada mais reggae e anuncia uma característica predominante no álbum: o ecletismo de estilo, que hoje faz a cabeça de nove entre dez estrelas pop, como Christina Aguilera e Nelly Furtado. A palavra de ordem é atirar para todos os lados. Tanto que já na música seguinte, "Early Winter", Gwen, considerada uma das herdeiras diretas do legado pop de Madonna, mergulha no pop oitentista. Trata-se de uma irresistível balada que parece ter sido tirada do baú sem o menor pudor.
As semelhanças com a música produzida pela material girl deixam de ser mera coicidência em "Furescent", que a exemplo de "Do It", gravada neste ano pela canadense Nelly Furtado em seu terceiro disco, Loose, poderia muito bem ter sido gravada pela sra. Guy Ritchie há 20 anos.
A verdade é que, no mundo pop atual, quem realmente faz a diferença são os produtores, e não o artista. No caso de uma cantora como Gwen, com pretensões a ícone fashion e comportamental, essa máxima é ainda mais poderosa. Para atingir seus objetivos, ela trabalha com um variadíssimo time de talentos disputados a tapa no meio fonográfico e cujos trabalhos apontam nas mais diversas direções: Pharrell (Justin Timberlake), Nellee Hooper (Madonna), Martin Gore (do Depeche Mode), Akon, Tim Rice-Oxley (pianista do Keane) e Tony Kanal (do próprio No Doubt). Como se vê, é tudo ao mesmo tempo agora. GGG
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