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Walt Disney teve muitos detratores em vida e tantos outros após sua morte. Mas é só imaginar como seria um mundo em que ele jamais tivesse existido para ter a noção de sua gigantesca importância. A revista "Time", que já lhe dedicou algumas capas, a primeira em 1937, afirmou que suas invenções moldaram o mundo do jeito que ele é, para o melhor ou para o pior.

Neste dia 15 de dezembro de 2006, completaram exatos 40 anos da morte de Walt Disney. E o mundo continua sob sua influência. A Disney é um dos maiores conglomerados de mídia dos Estados Unidos, seus filmes ainda levam milhões aos cinemas e seus personagens nunca saíram de moda.

A construção do império foi marcada por muitos lances de sorte e acaso, como convém a histórias assim. Filho de Elias e Flora Disney, Walt nasceu no dia 5 de dezembro de 1901 em Chicago, Illinois (EUA). Segundo filho mais novo de cinco irmãos, começou a freqüentar um instituto de artes aos 13 anos. Aos 17, quase participou da Primeira Guerra Mundial, mas foi recusado por causa da idade. Ainda assim foi à Europa servir como motorista da Cruz Vermelha.

O primeiro golpe de sorte veio quando, de volta aos EUA, em 1919, conheceu Ub Iwerks, que se tornaria seu principal colaborador. Junto do irmão Roy, criou o Walt Disney Studio, onde também conheceria sua futura mulher, Lilian. Logo viria a pedra fundamental do império. Depois de perder os direitos para o estúdio Universal do personagem Oswald, um coelho, Disney criou Mickey Mouse, que, por incrível que pareça, foi rejeitado pelos executivos das grandes distribuidoras.

A chegada do cinema falado inspirou Walt a fazer um desenho animado com o recém-criado ratinho. "Steamboat Willie", lançado em Nova York no dia 18 de novembro de 1928, se tornou um marco graças ao imenso sucesso que fez.

Logo em seguida a Bolsa de Valores de Nova York quebraria e arrastaria junto o país e o mundo inteiro para uma recessão sem precedentes. Enquanto Pato Donald aparecia pela primeira vez em 1934, no curta "The wise little hen", os desenhos da Disney se tornavam ícones de esperança no conturbado período. Durante a Segunda Guerra Mundial, novamente seriam usados como objeto de propaganda, inclusive no Brasil. O personagem Zé Carioca, por exemplo, é fruto da política de boa vizinhança do governo americano, que cooptou o Brasil como aliado contra os nazistas.

Em 1937, Walt Disney realizaria "Branca de Neve e os sete anões", primeira animação em longa-metragem. Contrariando a todos, que não acreditavam no sucesso da empreitada, o filme, que custou a fortuna (para a época) de US$ 1,5 milhão, rendeu US$ 8 milhões. Foi o começo de uma longa linhagem de animações como "Bambi", "Fantasia", "Peter Pan", "Aristogatos" e várias outras que seriam sucesso de bilheteria e ainda ganhariam dezenas de Oscar, prêmio do qual Walt Disney é o maior vencedor de todos os tempos, com 26 estatuetas ganhas como produtor.

O outro grande sonho do criador de Mickey virou realidade em 1955, com a inauguração da Disneylândia, na Califórnia. Depois a Flórida ia receber o Walt Disney World e a Europa e a Ásia também teriam as suas "disneylândias".

O embrião dos parques temáticos foi o show "One hour in Wonderland", programa na NBC que exibia desenhos antigos. Depois de passar pela CBS e ABC, o show passou a se chamar "Disneylândia" e depois ainda veio o famoso "Clube do Mickey".

Em 1965, Disney relançaria o desenho "Fantasia", obra-prima que foi um fracasso comercial na época de seu lançamento. Seria um de seus últimos atos. No ano seguinte, já muito doente e com pouco tempo de vida, foi internado.

Segundo o livro "O mundo de Disney", do pesquisador brasileiro Álvaro de Moya, no dia 14 de dezembro, Disney pediu que levantassem a cabeceira de sua cama. Era para ver o estúdio, que ficava em frente. Seu irmão Roy mandou acenderem as luzes. Walt morreu na manhã seguinte.

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