Rachel e Ford: a qualidade do elenco é o maior trunfo de Uma Manhã Gloriosa| Foto: Divulgação

São Paulo - Uma Manhã Gloriosa (confira trailer, fotos e horários das sessões; atenção à data de validade da programação em cinza) busca o charme das comédias dos anos 1940 e 1950 – com diálogos acelerados, troca de farpas entre os opostos e uma irresistível heroína no centro. A heroína é o ingrediente que funciona melhor nessa mistura, pois há poucas atrizes mais adoráveis do que Rachel McAdams (Sherlock Holmes).

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Rachel vive a produtora de TV Becky Fuller, uma workaholic que o público poderia até rejeitar, não fosse ela toda feita de boa vontade, dedicação e carinho por sua equipe. Ela é a chefe que todo mundo pede a Deus. Por isso, quando surge a chance de uma promoção na emissora em que ela trabalha, em Nova Jersey, todo mundo aposta que a vaga só pode ser dela e torce por isso.

Primeira injeção de vida real: ao invés da promoção, vem a demissão sem motivo. Cheíssima de energia, Becky entristece, ainda mais porque não consegue emprego.

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O entusiasmo e a persistência da produtora levam-na ao encontro de um programa matinal sem sucesso, o Daybreak – que, de vantagem, só tem ser realizado numa emissora de Nova York. No mais, é uma coleção de más notícias: o programa é antigo, a audiência cai em queda livre, a equipe está desmotivada e nenhum produtor tem esquentado a cadeira por ali.

Na primeira reunião, a nova produtora já mostra que é bem mais do que uma jovenzinha sorridente. Na sequência, ela demite um dos âncoras e resolve contratar um grande nome – Mike Pomeroy (Harrison Ford).

Parece uma idéia maluca, afinal, Pomeroy é um jornalista veterano e premiado no mundo das grandes coberturas sérias, que passam longe da pauta do Daybreak, firmemente plantada no mundo da celebridade e do exotismo.

Pomeroy, no entanto, está encostado e precisa fazer alguma coisa antes do fim de seu contrato, senão terá um grande prejuízo. Ao alertá-lo sobre isso, Becky ganha pontos e consegue a fera. Pomeroy tem fama de mau e faz jus a ela. Torna infernal a vida da produtora e de sua colega, a âncora Colleen Peck (Diane Keaton), que está há décadas no programa. A relação entre os dois apresentadores é tensa. Eles nem mesmo conseguem entender-se sobre quem dará o "até amanhã" final a cada edição.

O roteiro de Aline Brosh McKenna (O Diabo Veste Prada) e a direção, a cargo de Roger Michell (Um Lugar Chamado Notting Hill), poderiam ter equilibrado melhor a equação trabalho/romance de Becky.

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Se aliviasse um mínimo esse componente workaholic da protagonista, deixando-a respirar um pouco mais, o filme ficaria mais leve, solto e engraçado. Ainda assim, se Uma Manhã Gloriosa até certo ponto funciona, é mérito, portanto, de seu bom elenco, que tira o melhor proveito das situações.