Segunda-feira (6), às 21 horas,
na HBO Brasil.
O primeiro dos últimos sete episódios de Mad Men estreia nesta segunda-feira (6), na HBO Brasil.
O canal exibe a série com um dia de atraso em relação aos Estados Unidos, o que é bom porque seria impossível evitar por muito tempo os comentários na internet e na imprensa sobre o que se passa no mundo dos publicitários em Nova York.
Assim, o episódio derradeiro vai ao ar aqui no dia 18 de maio e dará um fim à produção de tevê que animou discussões sobre os anos 60, sobre a emancipação feminina, sobre uma época mais ingênua – e sobre o fim dessa ingenuidade – e até sobre chapéus.
O fedora usado por Don Draper, feito à mão e da marca Cordova, está hoje em exposição no Museum of the Moving Image, em Nova York, junto com outros objetos da série.
Uma dessas discussões veio na forma de um texto de Daniel Mendelsohn para a Review. Resumindo muito: ele argumentava que a série tinha tramas frouxas. O que animava o público era a possibilidade de ver como seus pais (ou avós) viviam no passado. Como espiar pelo buraco da fechadura para dentro do quarto dos adultos.
Você pode ou não concordar com Mendelsohn no que diz respeito às tramas, mas Matthew Weiner, criador de Mad Men que trabalhou também na Família Soprano, tem um talento grande para criar personagens. A começar por Don Draper (Jon Hamm), um anti-herói ao modo de Tony Soprano. Quase tudo a respeito dele é errado: mentiroso, mulherengo, alcoólatra... E, no entanto, você se interessa por ele, aceita os defeitos dele e talvez torça por ele.
Entre os personagens menores, existem várias figuras boas: Bert Cooper, um dos sócios da agência (que não deixava ninguém entrar no escritório calçando sapatos); Peggy, que começa como secretária e ascende até a equipe de criação; e até Sally Draper, a filha de Don, que cresceu em tamanho e atitude ao longo dos anos.
Uma lógica que pode explicar a força de Mad Men é a do prazer de ver os outros se darem mal (os alemães têm uma palavra para isso: schadenfreude). E a queda de Don Draper, mas não só a dele – anunciada já na abertura do seriado, que é a mesma desde a estreia, lá em 2007 – foi lenta e inevitável.
Weiner deu entrevistas dizendo que sempre soube qual seria o fim de Mad Men. Ele só demorou para definir como colocá-lo em prática. Quando os créditos rolarem pela última vez, terão sido oito anos e 92 episódios.
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