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O fusquinha mais famoso do mundo ainda não aprendeu a falar, mas ficou mais "humano" - graças aos bits e bytes da tecnologia digital - no filme "Herbie: Meu Fusca turbinado", que estréia sexta-feira nos cinemas. Trinta e seis anos depois de sua primeira aparição, em "Se meu Fusca falasse", o carro número 53 pisca os faróis, espirra óleo e acelera nas pistas com muito mais charme e realismo do que o original da década de 60. Carregando na garupa a dupla Lindsay Lohan e Matt Dillon, o astro de quatro rodas queima combustível para manter o ritmo dessa comédia de aventura.

O modelo 2005 mantém as características do original de 1969 - branco, com listras vermelhas e azuis -, mas pode decepcionar os fãs da série e os apaixonados pelo clássico da Volkswagen que, só no Brasil, vendeu 3.372.000 unidades. A nova versão é feita sob medida para aqueles que nem têm idade para tirar carteira de motorista. Por isso, é melhor levar os filhos no banco do carona. Eles, sim, devem se divertir com o filme.

A linha de montagem de onde saiu o atual Herbie tem a marca de Hollywood. Os roteiristas Thomas Lennon e Ben Garant também foram responsáveis pela fabricação de um "Táxi", o remake estrelado por Queen Latifah e Gisele Bündchen. No "fusca turbinado" colocaram todos os acessórios de um filme típico para americano ver.

A história: depois de gastar os pneus vencendo corridas em quatro filmes da série, Herbie acaba estacionado num ferro-velho. Até que Maggie Peyton, uma patricinha vivida pela atriz Lindsay Lohan (de "Meninas Malvadas"), aparece no depósito e compra o fusquinha abandonado. A dupla aceita o desafio de competir pela Nascar - um dos circuitos de automobilismo mais populares nos Estados Unidos - contra o vilão Trip Murphy, papel de Matt Dillon.

Claro, não podia faltar romance. Mas até nesse ponto o filme se revela focado no universo infantil. Apesar de Maggie vestir quase sempre míni-saia e blusas que revelam o sutiã, ela só dá beijo estalinho ou escondida das câmeras. Aliás, o estilo "menina superpoderosa" domina a aventura. A personagem principal acelera até atingir 270 km/h usando salto alto.

Já Herbie, abandona o jeito malandro das seqüências anteriores. Na versão 2005, ele tem reações semelhantes às de um cãozinho de madame. Sente cócegas quando é encerado, abaixa os faróis ao ouvir críticas e faz xixi, ou melhor, espirra óleo se fica com raiva. Todos os sentimentos do veículo mais independente do cinema são, agora, produzidos por computação gráfica. Uma vantagem que o novo fusquinha leva em relação aos antigos, animados por meio de truques primários. As crianças, provavelmente, vão achá-lo fofo. Os pais, bobo.

Mas os adultos não precisam puxar o freio-de-mão e deixar de ir ao cinema. Nas pistas, Herbie está melhor do que nunca. Consegue correr pela grade do autódromo (como se estivesse sobre uma onda) depois que aprendeu manobras do surf e do skate. E ainda passa por cima dos adversários que tentam impedi-lo de ganhar. Literalmente. A trilha sonora de "Meu fusca turbinado" também promete agradar quem já passou dos 40 anos de idade. "Born to be wild", "Magic", "Hello" e outros clássicos do rock esquentam as cenas de corrida.

Como muito quarentão, Herbie se rende aos encantos de uma jovem loira e recauchutada - uma New Beatle amarela - e até faz serenata para a paquera em uma das cenas mais engraçadas da aventura.

O filme segue o mesmo caminho do fusquinha. Não resiste ao apelo comercial e se esforça para conquistar o público que mais freqüenta as sessões de cinema na época das férias: as crianças e os adolescentes.

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