Não deixe de ver
Saiba mais sobre outros dois documentários que revelam as histórias de superação de artistas injustamente ignorados pela indústria da música:
Big Star: Nothing Can Hurt Me
(EUA, 2012). Direção de Drew DeNicola e Olivia Mori. 113 min.
Formada em 1971, em Memphis, nos Estados Unidos, a banda Big Star lançou três discos irretocáveis durante sua curta trajetória. Apesar de aclamado pela crítica especializada da época, o grupo nunca atingiu o sucesso, o que ruiu a formação e levou alguns de seus integrantes a sérias crises psicoemocionais. A partir de depoimentos de ex-membros da banda e artistas que citam o Big Star como grande influência entre eles, Norman Blake, do Teenage Fanclub; Mike Mills, do R.E.M.; e Lenny Kaye, do Patti Smith Group o documentário recompõe a história do grupo de maneira emocionante e com uma trilha sonora repleta de gravações inéditas tão boas quanto as originais. GGGGG
Serviço
Disponível para compra em DVD (US$ 19,99) e Blu-ray (US$ 21,99) no site da gravadora Ardent Music (ardentmusic.11spot.com); e para download (US$ 19,99) no iTunes.
Charles Bradley: Soul of America
(EUA, 2012). Direção de Poull Brien. 75 min.
Abandonado aos 8 meses de idade e criado pela avó até os 8 anos, quando foi resgatado pela mãe e levado para viver no Brooklyn, em Nova York, em condições miseráveis, Charles Bradley fugiu de casa aos 14 anos e passou a dormir em trens de metrô. Após dez anos trabalhando como cozinheiro no Maine, e mais dez percorrendo os Estados Unidos de carona e vivendo de pequenos shows em que imitava James Brown, Bradley, aos 54 anos, foi apresentado aos produtores da gravadora nova-iorquina Daptone Records. O documentário acompanha a trajetória do cantor de R&B da pobreza ao estrelato, a partir dos bastidores do lançamento de seu disco de estreia, o excelente No Time for Dreaming (2011), eleito um dos melhores álbuns do ano pela revista Rolling Stone. GGGG
Serviço
Disponível em DVD (US$ 19,99) no site da gravadora Daptone Records (daptonerecords.com/shop) e para download (US$ 12,99) no iTunes.
Filme
A Um Passo do Estrelato(Twenty Feet from Stardom. EUA, 2013). Direção de Morgan Neville. Com Darlene Love, Merry Clayton e Lisa Fischer. 91 min. Disponível para compra em DVD (US$ 12,99) e Blu-ray (US$ 24,99) na loja virtual Amazon (www.amazon.com); e para download (US$ 14,99) no iTunes.
Assista
Confira os trailers dos três documentários citados nesta página em www.gazetadopovo.com.br/cadernog
Na clássica "Walk on the Wild Side", Lou Reed (1942-2013) evoca no refrão as "garotas de cor" (coloured girls), que iluminam a canção com seus inesquecíveis "do do do do doos". Não há na face da Terra quem tenha ouvido essa música sem ter cantado junto com elas pelo menos uma vez. No entanto, quase ninguém sabe de quem são aquelas vozes. Neste caso, trata-se do trio inglês Thunderthighs, formado pelas cantoras Karen Friedman, Dari Lalou e Casey Synge, bastante ativo na década de 70.
Mas e quanto aos agudos rasgados que acompanham a voz de Mick Jagger em "Gimme Shelter", dos Rolling Stones? E as poderosas vozes femininas que reforçam a de Joe Cocker na comovente "With a Little Help from My Friends"? E o refrão gospel de "Young Americans", de David Bowie, é cantado por quem? As respostas a essas perguntas podem ser encontradas em A um Passo do Estrelato, documentário que venceu o Oscar no domingo passado, contrariando as apostas dos críticos, que apontavam o indonésio The Act of Killing como favorito.
Na mesma linha de Procurando Sugar Man, que venceu o Oscar de melhor documentário no ano passado ao contar a história do músico Sixto Rodriguez, A um Passo do Estrelato também revela um caso de superação: o das principais vocalistas de apoio (background singers) da indústria musical norte-americana. Com entrevistas de nomes como Bruce Springsteen, Stevie Wonder, Bette Midler e Sheryl Crow, o longa-metragem do jornalista e cineasta Morgan Neville traz à tona os dilemas de artistas que, por escolha ou necessidade, ficam sempre em segundo plano. "Uma background singer precisa entrar no estúdio, fazer tudo soar maravilhosamente bem, ganhar quase nenhum crédito e ir embora rápido", define sem rodeios o cantor David Lasley, que já emprestou sua voz a canções de James Taylor e Aretha Franklin.
Darlene Love, principal personagem do filme, que o diga: xodó do produtor Phil Spector nos anos 1960, ela era obrigada a gravar canções que posteriormente eram creditadas a outros artistas. Caso do megahit "Hes a Rebel", que atingiu o topo da Billboard em 1962, e até hoje é atribuído ao trio The Crystals.
Voo solo
Em busca dos holofotes só para si, Darlene tentou carreira solo, assim como várias outras colegas de profissão. Entre elas, está a talentosíssima Merry Clayton, uma das Raelettes, grupo que acompanhava Ray Charles (1930-2004); Táta Vega, que chegou a lançar três discos solo pela gravadora Motown; e Claudia Lennear, uma das Ikettes (grupo de vocalistas que acompanhavam Ike e Tina Turner) e tida como musa inspiradora do clássico "Brown Sugar" (The Rolling Stones). Todas acabaram desistindo de brilhar por si mesmas. "Não é uma questão de talento, mas de circunstância, sorte e destino", tenta explicar Sting, que é todo elogios para a backing vocal Lisa Fischer, dona de uma das vozes mais impressionantes do documentário.
"Quando as pessoas pensam na música pop e em todos os seus refrões marcantes, elas estão, na maioria das vezes, cantando junto com a gente", resume Janice Pendarvis, cantora de apoio de David Bowie e Blondie, entre outros. GGG1/2
Confira os trailers dos documentários:
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