Serviço
Entre...Danças Uma Dança de Quê?
Teatro Cleon Jacques (Parque São Lourenço R.Mateus Leme, 4.700), (41) 3313-7190. 4ª a sáb., às 20h, e dom., às 18h. Entrada franca.
Provavelmente, o espectador de Entre...Danças Uma Dança de Quê?, que estreia hoje, no Teatro Cleon Jacques, irá reconhecer movimentos de algum gênero contemporâneo (veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo). As referências no palco serão várias, saídas do hip-hop e do tango, por exemplo, mas sem simular nenhum deles.
VÍDEO: Assista a trechos da coreografia Entre...Danças
A coreografia criada por Marila Velloso se preocupa, em primeiro lugar, com modificações sofridas pelo corpo e como isso influencia os passos de dança. A pesquisa começou em 2007, quando a artista iniciou uma série de performances reproduzidas em vídeo no Pelourinho de Salvador (BA), numa rua vazia de Curitiba e nos desertos de sal da Argentina.
Nesse último local, a necessidade de subir a uma altitude de 2,7 mil metros todos os dias para registrar movimentos em meio a piscinas e morros de sal despertou na artista novas sensações. "Muda o batimento cardíaco, as passadas, o volume do corpo, a roupa fica encharcada", relembra Marila.
Agora, referências daquele trabalho anterior aparecem em Entre Danças..., como o som dos pés batendo no sal, na trilha sonora assinada por Edith de Camargo.
O desafio da nova coreografia era unificar numa só composição o trabalho de bailarinos de diferentes estilos. Marila sobe ao palco ao lado de Jall Martins, originário da dança de salão; Malki Pinsag, que fez o Balé Guaíra e dança contemporânea e Ryan Lebrão, que pratica o gênero contato-improvisação, pouco conhecido em Curitiba.
Essa mistura foi aproveitada na criação da obra, assim como aulas de dança urbana seguidas pelo grupo que privilegiou os estilos popping e locking do hip-hop, mas também o "abraço" do tango.
"A questão é: como o corpo se ajusta a essas novas técnicas, e como elas aparecem na dança?", pergunta Marila.
O curioso para o espectador é que a trilha sonora de cada movimento não é óbvia: o tango é dançado ao som de reggae, e assim vai.
Além desta estreia, Marila coordena o projeto Modos de Ver, Ler e Criar Dança, com apoio da Funarte, e que promoverá até setembro palestras, um espetáculo solo e a orientação de dois artistas residentes.
CADERNO G | 1:46
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