O mercado dos quadrinhos está aquecido como nunca no Brasil, com um considerável investimento das editoras em novos títulos (mesmo daquelas não especializadas na área) e um crescente interesse do público. Aproveitando esse bom momento, os pesquisadores Flávio Braga e Carlos Patati lançam o Almanaque dos Quadrinhos 100 Anos de uma Mídia Popular (Ediouro, 232 págs., R$ 39,90), contando a história da arte seqüencial, que nos últimos anos conseguiu o definitivo reconhecimento como forma de expressão artística.
A publicação apresenta, de forma didática, os principais fatos da trajetória das histórias em quadrinhos (HQs), relacionando o início com o personagem Yellow Kid, publicado no início do século 20 em jornais do poderoso William Randolf Hearst (que inspirou o clássico filme Cidadão Kane, de Orson Welles), e as diversas transformações pelas quais as HQs passaram pelas décadas seguintes.
Contextualizando e analisando períodos históricos, a dupla destaca a criação dos principais super-heróis (Superman e Batman) no final dos anos 30, a revolução causada por Will Eisner e o seu personagem Spirit na década de 40, o marcante surgimento dos quadrinhos underground de Robert Crumb nos anos 60, época que marcou também o crescimento da editora Marvel (casa do Homem-Aranha). Braga e Patati comentam, ainda, o trabalho de importantes criadores como Frank Miller e Alan Moore, as HQs na Europa, os novos autores do século 21, os quadrinhos eróticos, a chegada dos quadrinhos no cinema, além de separar um capítulo especial para a história da arte seqüencial no Brasil, que começa com a revista Tico-Tico, também no início do século 20.
O extenso tema é bem condensado pelos autores em Almanaque dos Quadrinhos, que é complementado por diversas ilustrações e quadrinhos históricos. Apesar de não haver grandes novidades para os aficionados pela área, o livro é uma boa porta de entrada ao universo das HQs para os mais leigos no assunto.
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