Cinema
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Em cartaz como pré-estreia desde a semana passada, o novo filme de Clint Eastwood, Sniper Americano, estreou oficialmente nesta quinta-feira (19) e é um dos concorrentes a melhor filme do Oscar 2015 (a cerimônia acontece neste domingo). O longa-metragem, baseado na autobiografia do ex-fuzileiro naval Chris Kyle, reconstitui o cotidiano de guerra do soldado, que virou "A Lenda" dentro das Forças Armadas dos Estados Unidos por sua exímia pontaria ao menos 160 mortes foram creditadas a ele, o que lhe rendeu o título de herói entre os colegas e nação.
Kyle, que demonstrou talento para a pontaria já no treinamento das Forças de Operações Especiais dos EUA, virou atirador de elite durante a Guerra do Iraque, deflagrada em 2003 pelo então presidente dos EUA, George W. Bush, sob o argumento de que o Iraque estaria desenvolvendo armas de destruição em massa. Sua missão principal era a de proteger os companheiros em campanhas no solo, escondido em cima de prédios, além de matar terroristas procurados pelos EUA.
O principal problema do filme é a visão exacerbadamente republicana de Eastwood. Claro, suas preferências políticas não são nenhum segredo, muito pelo contrário. O que faltou no enredo baseado em uma história fantástica, não se pode negar foi um pouco de questionamento.
O motivo alegado por Bush para a guerra, por exemplo, jamais foi comprovado. Também fez falta um pouco de empatia em relação aos iraquianos (o filme, aliás, foi rodado no Marrocos, devido à impossibilidade de se gravar no país): o longa é fiel ao modo como Kyle descreve os inimigos em seu livro "selvagens". A única cena com uma certa ambiguidade é quando o atirador encontra o seu irmão mais novo voltando do Iraque, com um sentimento de aversão, emoção muito diferente da de Kyle, que se sentia responsável por ajudar os EUA a qualquer custo.
Méritos
O drama mais interessante do filme são os traumas da guerra, tanto entre os "turnos de trabalho" (maneira como o diretor divide o filme), como no pós-conflito: Kyle precisava se dividir o tempo todo entre a sua missão e a família. Sua atitude quando estava em casa é outro bom tema ele jamais conseguia "desligar".
O embate entre o atirador de elite norte-americano e o personagem Mustafa, iraquiano com a mesma função de Kyle, é outro bom conflito, um duelo que perdura por quase todo o longa. Mas é a interpretação de Bradley Cooper na pele do soldado que merece aplausos: seu preparo, tanto físico (ele ganhou 18 quilos, a maioria em músculos) quanto psicológico foi esmerado forte candidato à estatueta de melhor ator.
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