Cinema
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Longa-metragem de estreia do diretor paulista Luciano Moura (da série Filhos do Carnaval, exibida pelo canal pago HBO), A Busca tem a seu favor o fato de não se parecer muito com os filmes que vêm sendo lançados no Brasil ultimamente (mais informações na página 4). É um thriller dramático que ambiciona atingir o grande público sem recorrer a fórmulas testadas e aprovadas pelo cinema mais comercial produzido hoje no país. Não busca nem o riso fácil das neochanchadas televisivas, como De Pernas para o Ar 1 e 2 ou E Aí, Comeu?, nem explora mazelas contemporâneas brasileiras, como a violência e a corrupção, na trilha da franquia Tropa de Elite. Resta, portanto, saber se encontrará seu público.
A busca que dá título ao longa é a do médico Theo (Wagner Moura) por seu filho, o adolescente Pedro (Brás Antunes, filho de Arnaldo Antunes), que foge de casa depois de brigar com o pai, que está se separando de sua mãe, Branca (Mariana Lima). O estopim do conflito é uma cadeira enviada pelo avô do garoto (Lima Duarte, em grande forma), que saiu da vida de Theo quando ele era pequeno. A possibilidade de uma aproximação com seu filho tira o personagem de Moura do sério e essa reação faz com que o menino desapareça.
Exibido no Festival de Sundance do ano passado com o título de A Cadeira do Pai e vencedor do prêmio de melhor longa de ficção (júri popular) do Festival do Rio 2012, A Busca mostra como Theo, diante do sumiço de Pedro, parte em busca do filho, que fugiu, acreditem ou não, no lombo de um cavalo. Essa jornada, que atravessa estados e situações diversas, algumas bem dramáticas e outras cômicas, atesta o talento de Wagner Moura como ator e anuncia um diretor que, se não faz um filme ousado na forma, é capaz de prender a atenção e de emocionar em alguns momentos.