Serviço
iTMOiTeatro Guaíra (Pça. Santos Andrade, s/n.º), (41) 3304-7900. Dia 5 de maio. Ingressos estarão à venda a partir do dia 14 de março. R$ 10 a R$ 50.
Por definição, "contemporâneo" é o que se refere ao tempo atual, algo novo que tem o hoje como momento. O problema é quando a tal "novidade" aparece da mesma forma em vários espetáculos e -- após ser repetida tantas vezes por companhias diversas -- nada fica muito diferente. Dessa forma, deparar-se com uma montagem em que o termo é efetivamente aplicado em um palco torna-se algo verdadeiramente gratificante.
Para ver o conceito de dança contemporânea na sua mais real (e belíssima) concepção, tenha o prazer de assistir a iTMOi, espetáculo contemporâneo concebido pelo coreógrafo e dançarino Akram Khan. A apresentação faz parte da segunda edição do Festival O Boticário na Dança, que acontece a partir de 29 de abril ingressos podem ser adquiridos a partir do dia 14 deste mês. A apresentação no Teatro Guaíra, em Curitiba, acontece no dia 5 de maio.
No espetáculo, que estreou na França e já passou por outros países europeus, os passos de dança, fortes e intensos, fazem parte de um todo, composto por um corpo cênico como uma narrativa pronta sem uma palavra sequer. A luz certa para cada momento, trilha sonora bem apropriada (feita por Nitin Sawhney, Jocelyn Pook e Bem Geada) e o figurino adequado ajudam a contar a tal história de movimentos. "Nós costumamos definir o espetáculo como uma dança narrativa. Não é dança com teatro, mas existe uma narrativa na dança. E isso não é inacessível, atinge as pessoas, toca a plateia. Pode até acontecer de a pessoa não saber muito o que pensar no fim da apresentação. Mas ela se sente tocada e volta, porque gosta disso", resume a diretora da companhia, Bia Oliveira.
Sagração
A peça que celebra o centenário de Sagração da Primavera, obra maior de Igor Stravinski (19921971), não tem a intenção de reproduzir a composição. A ideia foi pensar em como ela foi criada, o que explica o nome do espetáculo iTMOi, in The Mind of Igor (na mente de Igor).
Os temas principais da composição de Stravinski, adoração e sacrifício, permeiam toda a obra. Logo no começo, o clima é sombrio. Luz baixa, movimentos que simulam quase um exorcismo e música impactante. Na sequência, silêncio absoluto, atenção na luz bem colocada, foco nos passos. Entre os melhores e mais marcantes momentos do espetáculo está uma coreografia usando cordas, que simula uma espécie de tortura. A dança toda está lá, os passos elaborados, a coreografia bem pensada, mas tudo isso inserido num grande todo cênico, que faz com que a dança ganhe ainda mais relevância.
Durante toda a apresentação, pinceladas das mais diferentes referências culturais, vindas de uma companhia com bailarinos e produtores de todas as partes do mundo, compõem a apresentação. Do elenco de dez bailarinos, três são britânicos, três de Taiwan, um italiano, um da Bulgária, um de Filipinas e um meio vietnamita, meio alemão. Fora a atriz, que é francesa.
Tanta diversidade tem um porquê. Akram Khan gosta que o pensar do espetáculo seja feito em conjunto e valoriza a multiculturalidade em suas composições. "Não é todo bailarino que pode trabalhar com o Khan, ele precisa saber e gostar de criar. A ideia de ter pessoas de tantos lugares diferentes é, exatamente, para ter muitas influências na coreografia", explica a diretora.
No iTMOi, que ficará em turnê até julho de 2015, é possível ver sutis influências do kathak (dança indiana, que Akram praticou até os 18 anos), da dança folclórica da Eslováquia, do flamenco e detalhes de outros ritmos. Tudo aparece junto, misturado e muito bem representado.
A jornalista viajou a convite de O Boticário.
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