Ainda que por coincidência, o presente de aniversário do jornalista curitibano Ayrton Baptista no ano de 1955 foi ter sido aprovado no novato time de repórteres que entrava para o jornal O Diário do Paraná. Naquele 28 de março, apenas nove dias depois da fundação do impresso, ele se juntou a outros estudantes de Filosofia, Ciências Sociais e Letras para relatar nos cadernos de educação e política parte da história do estado.
Mais de meio século depois, as impressões e parte dos relatos de Baptista estão no livro Quase Só Jornal, uma compilação de "lembranças" de sua carreira na imprensa, que será lançado na próxima sexta-feira (27). Só no Diário do Paraná foram 19 anos de atuação.
"A maior parte dessas historinhas é referente a jornais ou a jornalistas, já que toda minha atividade profissional foi voltada para isso", diz Baptista, que também foi diretor da Secretaria de Imprensa do Estado e, por três anos, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas.
Os textos, curtos e leves, guiam o leitor pelos bastidores da vida pública paranaense e pelo dia a dia à frente de um dos principais jornais do estado nas décadas de 1950 a 1980. O ano de 1958 é especialmente lembrado por Baptista, que, com pouco tempo no Diário, já ascendia ao cargo de chefe de redação. A cobertura de fatos daquele ano, como a queda de um avião em Cruzeiro do Sul (PR) e o primeiro título mundial conquistado pela seleção brasileira de futebol são especialmente destacados no livro.
"São lembranças que tive e tenho, não tem nada de autobiográfico", explica o jornalista. "Comecei a ser cobrado por amigos para que contassem essas histórias, aí comecei a escrevê-las aos pedaços. Um dia pensei: está na hora de publicá-las". Outras histórias retratadas tratam da trajetória política dos governadores Jaime Lerner e Parigot de Souza.
E o curitibano conta que teve início na imprensa quase que por acaso. Baptista era presidente do Centro Acadêmico de sua faculdade e para se manter informado procurava notícias sobre educação nos periódicos Diário Carioca e Diário de Notícias. "Esses jornais dedicavam páginas para assuntos estudantis e eu, curioso, lia tudo. Acho que peguei a técnica de escrever as notícias daquela forma que o Diário do Paraná implantou em 1955", lembra Baptista, que pouco tempo depois migrou da editoria de educação para a de política.
O curitibano também foi secretário de imprensa nos governos Leon Peres e Parigot de Souza, de 1971 à 1973, e como líder sindical participou ativamente do processo da regulamentação profissional para jornalistas.
Serviço:
Lançamento do livro Quase Só Jornal, de Ayrton Baptista. Espaço Cultural BRDE Palacete dos Leões (Av. João Gualberto, 530), (41) 3219-8035. Dia 27, às 19 horas.
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