Veneza - As trapalhadas do governo George W. Bush parecem ter inspirado a tratar com humor fazer o quê? as confusões em que governo e órgãos oficiais se meteram nos últimos anos. Se no ano passado os irmãos Joel e Ethan Coen, mestres da ironia e do humor negro, abriram o Festival de Veneza com Queime Depois de Ler, protagonizado por George Clooney e Brad Pitt, em 2009 o evento que acontece até o próximo sábado também teve sua cota de produções do gênero.
The Men Who Stare at Goats (Homens que encaram as cabras, em tradução literal), estreia na direção de longas-metragem de Grant Heslov, amigo pessoal de George Clooney, ganhou exibição na manhã de ontem. A obra provocou muitos risos com a história de uma unidade das Forças Armadas norte-americanas criada para pesquisar o uso de pessoas com poderes mentais especiais para combater a guerra. Mais tarde, ela vira uma arma de guerra.
Clooney interpreta o "soldado" mais talentoso dessa unidade fundada por Bill Django (Jeff Bridges) e descoberta pelo jornalista Bob Wilton (Ewan McGregor). Incrivelmente, a trama é inspirada em fatos reais, relatados em livro de Jon Ronson. "As coisas mais imbecis que acontecem são verdadeiras", disse Clooney em coletiva de imprensa. Os membros dessa unidade chamada Exército da Nova Terra são chamados de guerreiros Jedi. Na entrevista, um repórter perguntou ao ator se o presidente Barack Obama, a quem ele apoiou nas últimas eleições, poderia usar alguns cavaleiros Jedi. Clooney respondeu: "Eu acho que qualquer pessoa que tenha assumido a Presidência com duas guerras acontecendo, uma crise imobiliária, uma crise dos bancos, faria bom proveito de um Jedi. Acho que todos poderiam fazer bom proveito de um Jedi".
Soderbergh
No domingo, foi a vez de outros amigos de George Clooney, Steven Soderbergh e Matt Damon, tratarem de trapalhadas com humor negro e menos eficiência. Em O Desinformante!, baseado num livro de Kurt Eichenwald, também inspirado em fatos reais, o mundo das grandes corporações está em jogo.
O alto executivo Mark Whitacre (Matt Damon) resolve denunciar a própria empresa onde trabalha, achando que, com isso, se tornará o próximo CEO. No caminho, ele inventa várias mentiras, descobertas pelos investigadores apenas quando é tarde demais. "Para alguém conseguir mentir, é preciso de alguém que acredite na mentira", disse Soderbergh na coletiva de imprensa.
"É impressionante como os agentes do FBI ignoraram todos os sinais de que havia algo errado na história de Whitacre." O cineasta afirmou ainda que, apesar de parecer, a obra não foi pensada como alerta ou denúncia das grandes corporações, agora grandes vilãs da crise mundial. "O filme foi iniciado há sete anos. E, na verdade, em todo esse período havia alguma coisa que o fazia ser muito atual", contou. Para essa turma, não importa quais as ações erradas do governo, rir é o melhor remédio.
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