Michel Houellebecq, o mais comentado escritor francês dentro e fora da França nos últimos anos, está de volta com seu primeiro romance desde 2005.
Mais uma vez, consegue ser o assunto literário do fim do verão e das férias francesas, quando as editoras colocam à venda naquele país cerca de 600 novos títulos.
Os poucos que já leram La Carte et le Territoire (o mapa e o território), que será lançado no dia 8 de setembro, atribuem ao livro os adjetivos intrigante, surpreendente e engraçado.
Ele conta a história de Jed Martin, pintor e filho de um arquiteto famoso que faz suas obras a partir de mapas da Michelin.
O livro pode ter tons de comédia, mas as obsessões de Houellebecq por sexo e pela incompetência do ser humano para encontrar a felicidade estão lá, como estavam em Partículas Elementares, livro de 1998 que o projetou mundialmente.
Esses temas também estavam em Plataforma, seu outro sucesso, de 2001, que falava de turismo sexual e terrorismo e fazia duras críticas aos seguidores do Islã.
Desta vez, os alvos são a mídia francesa e o próprio Houellebecq.
Como muitos outros autores em crise de meia idade (Houellebecq tem 54 anos), o autor vira personagem em La Carte et le Territoire.
O retrato é pouco elogioso, para dizer o mínimo, mas se assemelha muito à realidade.
O Houellebecq ficcional é descrito como alcoólatra, deprimido, alguém que fede como um cadáver e que parece uma tartaruga doente por sua barriga e seus braços e pescoço muito magros.
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