São Paulo (Folhapress) – Filme estranho este Huckabees A Vida É uma Comédia (I Heart Huckabees no original; heart, no caso, é o simbolozinho do coração, significando "Eu amo os Huckabees"), de David O. Russell.

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É uma sátira à auto-ajuda amparada pela filosofia, à maneira de Alain de Botton, praga que domina certo meio dito intelectual norte-americano hoje em dia (vide o filme Quem Somos Nós?, What the Bleep Do We Know no original, que estréia no Brasil no dia 18 de novembro), representados pelos personagens de Jason Schwartzman e Mark Wahlberg?

Ou o alvo é a geração contestatária da contracultura, hoje sessentona, que se perdeu no meio do caminho, identificada no filme pelo hilariante casal Lily Tomlin e Dustin Hoffman? Ou são apenas sobras de idéias da grande obra do diretor, Procurando Encrenca (Flirting with Disaster, de 1996), um dos filmes mais engraçados da década de 90, com o ator Ben Stiller?

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Nunca saberemos a resposta, caro leitor, parafraseando um dos vários gurus que pululam por este filme. Que vale a pena ser visto, quando menos por ser de um dos mais bissextos nomes de Hollywood, que estreou no mundo dos longas com o chocante e incestuoso Spanking the Monkey, aliás exibido para platéias vazias da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 1994.

Desde então, além dos citados acima, Russell dirigiu apenas clipes (sua origem, aliás) e Três Reis, de 1999, amelhor ficção já feita sobre a Guerra do Golfo, a primeira.

E sobre o que trata Huckabees? Um sujeito em crise (Schwartzman) contrata um casal de detetives existenciais (Tomlin-Hoffman) para descobrir o seu verdadeiro eu. De quebra, dá uma porrada no mundo corporativo via os personagens de Jude Law e Naomi Watts, que vivem um casal aparentemente perfeito, da rede de lojas Huckabees (inspirada na Target, uma espécie de C&A). GGG