Não é mais notícia quando Adam Sandler faz um filme ruim. Mas talvez seja digno de nota que ele pareça estar fazendo filmes ruins a um ritmo maior do que nunca. Menos de um ano após o universalmente criticado “Pixels” e seis meses após a imbecil paródia de faroeste “The Ridiculous 6”, ele está de volta com “Zerando a Vida”.
Como “The Ridiculous 6”, “Zerando a Vida” é parte de um acordo para a produção de diversos filmes com a Netflix, então assinantes puderam assisti-lo por streaming imediatamente após seu lançamento. A boa notícia é que ninguém desperdiçou dinheiro em um ingresso para ver a comédia em uma sala de cinema.
Sandler se reúne com o igualmente egresso do “Saturday Night Live” David Spade para este mais recente lançamento. Ambos, durante seu auge há umas duas décadas, eram muito engraçados, especialmente quando estavam dividindo a tela com Chris Farley. E talvez sua história torne a agonia desse filme ainda mais aguda. É difícil assistir e não pensar: o que aconteceu com esses caras?
Sandler se reúne com o igualmente egresso do “Saturday Night Live” David Spade para este mais recente lançamento. Ambos, durante seu auge há umas duas décadas, eram muito engraçados. É difícil assistir e não pensar: o que aconteceu com esses caras?
“Queria pode começar de novo e fazer tudo certo dessa vez”, Charlie se lamenta para um amigo de infância em sua reunião de colegas do ensino médio. Mas ele escolheu o cara errado para quem reclamar. Max (interpretado por Sandler) – ou “Maxi-Pad” (que significa absorvente), como ele gosta de se referir a si mesmo – é como um demente gênio da garrafa, e ele atende ao pedido alimentado por álcool de seu amigo.
Durante uma viagem em um barco, Max droga Charlie, então arma um plano para fingir suas mortes e assumir as identidades de dois homens recentemente falecidos. Quando Charlie acorda, ele não é mais um ninguém em calças cáqui plissadas. Ele é o Dr. Ronny Fishman e Max é Butch Ryder, um cara suspeito com um cofre no banco cheio de dinheiro e uma mansão em Porto Rico.
Desnecessário dizer que fingir serem pessoas com montes de dinheiro escondidos é uma má ideia e os problemas vêm quase imediatamente. Então “Zerando a Vida”, que foi dirigido com fugazes indícios de fineza por Steven Brill, se transforma em uma comédia de ação. (Brill, a propósito, dirigiu alguns dos piores filmes de Sandler, inclusive “A Herança de Mr. Deeds” e “Little Nicky: Um Diabo Diferente”.)
O filme depende fortemente de piadas visuais chocantes, e essa é provavelmente sua maior desgraça. Depois de tantas comédias que se deleitam em humor asqueroso, as audiências se tornaram quase imunes à histeria.
O mais estranho é que Sandler claramente dedicou muitas horas ao trabalho. Ele está trabalhando muito duro para parecer preguiçoso
Já vimos incidentes infelizes com zíperes de calças e já vimos bonecos ficarem pervertidos; já vimos esses caras seduzirem tortas de maçã, pelo amor de deus. O que possivelmente poderia nos fazer saltar do sofá visualmente maravilhados? (Por favor, não tente responder isso.)
O que é estranho é que os roteiristas Kevin Barnett e Chris Pappas não põem muito esforço nisso, nos servindo cenas grotescas que já vimos no passado. O corpo de uma mulher idosa de topless? Isso é muito como “Quem Vai Ficar com Mary?” Um close de testículos? “Vizinhos 2” quase não saiu na frente do Netflix. Também há uma cena de tortura em um porão que ecoa “Pulp Fiction” e uma piada sobre piercing na língua que foi mais engraçada em “Tá Todo Mundo Louco! Uma Corrida por Milhõe$”, acredite ou não. Uma piada sobre garotos adolescentes e masturbação foi muito mais engraçada em “Missão Madrinha de Casamento”, quando foi sugerida em vez de encenada.
Tudo é tão imitativo. O que é mais estranho é que Sandler claramente dedicou muitas horas ao trabalho. Ele está trabalhando muito duro para parecer preguiçoso.
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