“I, Daniel Blake’, uma narrativa sobre a injustiça social na Inglaterra, do diretor britânico Ken Loach, levou neste domingo a Palma de Ouro, prêmio máximo do Festival de Cannes.
“Outro mundo é possível e necessário!”, disse o diretor de 79 anos, ao receber a recompensa, a segunda Palma de Ouro de sua longa carreira dedicada ao cinema social. Em 2006, ele venceu por “Ventos da Liberdade”.
Em seu discurso de agradecimento ao festival e a toda a sua equipe, Loach aproveitou a oportunidade para fazer uma crítica enérgica ao neoliberalismo.
“O mundo em que vivemos está em uma situação perigosa, à beira de um projeto de austeridade que chamamos de neoliberal, que corre o risco de nos levar à catástrofe”, disse.
“Deve-se dizer que outro mundo é possível e, até mesmo, necessário”, prosseguiu, falando em francês e em inglês, após alertar contra o retorno da extrema direita.
Grande Prêmio do Júri
O diretor canadense Xavier Dolan, de 27 anos, faturou o Grande Prêmio do Júri por “It’s only the end of the world”, um drama familiar sobre um escritor homossexual que sabe que vai morrer e decide anunciá-lo a seus familiares.
O roteiro é uma adaptação de uma obra de Jean-Luc Lagarce, escrita em 1990.
Principais prêmios do 69º Festival de Cannes
Palma de Ouro
“I, Daniel Blake”, de Ken Loach
Grande Prêmio do Júri
“Juste La Fin du Monde”, de Xavier Dolan
Melhor diretor
Cristian Mungiu por “Bacalaureat” e Olivier Assayas por “Personal Shopper”
Melhor roteiro
Asghar Farhadi por “Forushande”
Prêmio do júri
“American Honey”, de Andrea Arnold
Melhor atriz
Jaclyn Jose em “Ma’ Rosa”
Melhor ator
Shahab Hosseini em “Forunshande”
Melhor documentário
“Cinema Novo”, de Eryk Rocha
CURTAS
Palma de Ouro
“Timecode”, de Juanjo Gimenez
Menção especial do júri
“A Moça que Dançou com o Diabo”, de João Paulo Miranda Maria
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