Programe-se
Mostra Iconoclássicos
Cinemateca de Curitiba (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 1.174 São Francisco), (41) 3321-3310. Sessões às 18 e 20 horas. Entrada franca.
A genialidade, temperada com inconformismo e provocação, une os cinco artistas em torno dos quais foram criados os filmes que integram a mostra Iconoclássicos, em cartaz na Cinemateca de Curitiba de hoje até domingo (veja o serviço completo e a programação da mostra no Guia Gazeta do Povo).
Ex isto, filme de Cao Guimarães inspirado na obra Catatau, do poeta, escritor e tradutor curitibano Paulo Leminski abre hoje o ciclo. É a única obra de ficção entre os títulos em cartaz. Os demais são documentários.
Amanhã é a vez de Daquele Instante em Diante, sobre o compositor e cantor Itamar Assumpção, que tem direção de Rogério Velloso. O cineasta estará presente e debaterá o filme com o público após a segunda sessão, que começa às 20 horas. Assim É, Se Lhe Parece, cuja exibição acontece na sexta-feira, aborda o universo criativo do artista multimidiático Nelson Leirner e é assinado por Carla Gallo. Sábado é a vez de Evoé! Retrato de um Antropófago, centrado na figura do dramaturgo e diretor teatral Zé Celso Martinez Corrêa, e tem direção de Tadeu Jungle e Elaine Cesar. Fecha no domingo a mostra Mr. Sganzerla Os Signos da Luz, filme de Joel Pizzini sobre o cineasta Rogerio Sgarnzela, autor do clássico O Bandido da Luz Vermelha.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Audiovisual e Literatura do Itaú Cultural, Kety Nassar, a ideia de produzir os cinco filmes, todos centrados em figuras-chave, e controversas, da cultura brasileira contemporânea, surgiu entre 2007 e 2008. Cada diretor, escolhido por conta da afinidade com o universo do criador que iria abordar em seu filme, recebeu, além de total liberdade autoral, em torno de R$ 500 mil para a produção.
Todos os filmes foram exibidos, nacionalmente, no antigo circuito de salas que tinham a chancela do Unibanco, e que hoje integram a rede Espaço Itaú de Cinema. Justamente no período em que foram lançados, as salas da rede em Curitiba, instaladas no Shopping Crystal, estavam fechadas para reforma.
Kety conta que os filmes, depois, foram exibidos em festivais, mostras e eventos diversos, em uma itinerância que continua e deve percorrer todo o país. Segundo estimativa do Itaú Cultual, os cinco títulos já foram vistos por 13,5 mil pessoas, sempre em exibições gratuitas, tanto no circuito Itaú como em outros espaços, por conta de parcerias com instituições nas diferentes localidades.
Atualmente, conta a coordenadora, há outros filmes sendo produzidos pelo Itaú Cultural. Carlos Nader dirige um documentário sobre o pintor, desenhista e escultor Leonilson, que morreu em 1993, aos 36 anos, em decorrência de complicações da aids. A vida e a obra da artista Lygia Clark também será tema de um longa-metragem, cujo diretor ainda não foi definido.
Fora da série Iconoclássicos, a instituição produziu e lançou, recentemente, o documentário Ouvir o Rio: uma Escultura Sonora de Cildo Meireles, documentário de Marcela Lordy sobre o artista plástico brasileiro.
Em cartaz
Confira a programação da Mostra Iconoclássicos:
Hoje: Ex isto Filme livremente inspirado no livro Catatau, de Paulo Leminski. O poeta imaginou uma hipótese histórica: E se René Descartes, vivido pelo ator João Miguel, tivesse vindo ao Brasil com Maurício de Nassau?
25 de abril (quinta-feira): Daquele Instante em Diante, seguido de bate-papo com Rogério Velloso. Documentário que percorre a trajetória musical de Itamar Assumpção, desde os anos da Vanguarda Paulista na década de 1980 até a morte, aos 53 anos.
26 de abril (sexta-feira): Assim É, Se Lhe Parece O artista plástico Nelson Leirner revela-se neste documentário despojado da rotina e intimidade de um criador iconoclasta.
27 de abril (sábado): Evoé! Retrato de um Antropófago Filme que mistura depoimentos recentes e imagens históricas da carreira do diretor, ator e dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, do Teatro Oficina.
28 de abril (domingo): Mr. Sganzerla Os Signos da Luz Filme-ensaio que recria o ideário do diretor Rogério Sganzerla, através dos signos recorrentes em sua filmografia: Orson Welles, Noel Rosa, Jimi Hendrix e Oswald de Andrade.