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Meg Ryan e Billy Crystal: como Sally e Harry, personagens da comédia romântica produzida nos anos 1980. | Divulgação /
Meg Ryan e Billy Crystal: como Sally e Harry, personagens da comédia romântica produzida nos anos 1980.| Foto: Divulgação /

Psicólogos da Universidade de Wisconsin-Eau Claire provaram que o personagem de Billy Crystal em “Harry e Sally – Feitos um para o Outro” (1989) não está de todo errado: biologicamente, a amizade entre homens e mulheres heterossexuais não é realmente algo esperado pela natureza.

Relembrando: no início do filme, o personagem de Billy Crystal diz a Meg Ryan que, neste tipo de relação, o sexo sempre vai interferir. Ela rebate e diz que nunca se relacionou com seus colegas homens desta forma. Harry então explica que a questão é que um homem sempre vai querer fazer sexo com suas amigas, não importa a aparência delas.

De acordo com pesquisa de April Bleske-Rechek, Whitney E. Joseph, Heather Williquette e Bryan Donovan, publicada no ano passado no periódico Evolutionary Psychological Science, Harry está certo. O gênero masculino enxerga a amizade com o sexo oposto de maneira diferente (e isso vale apenas para os heterossexuais).

Em comparação com o grupo feminino, eles têm mais tendência a se sentir atraídos por suas amigas. Mas isso não quer dizer que as moças também não sintam o mesmo em alguma medida. A diferença no resultado , em comparação a outras pesquisas sobre temáticas afins, não foi tão grande assim.

‘Friendzone’

O estudo foi dividido em três etapas. As duas primeiras escolheram aleatoriamente pares de sexos opostos no campus de uma universidade. Eles podiam estar comendo, conversando ou estudando juntos, sem que o grau de relacionamento fosse necessariamente explícito. As duplas que toparam participar do estudo foram separadas e responderam a questões como o status do relacionamento com a outra pessoa e em que nível cada um estava atraído pelo outro. Na terceira fase, chamaram voluntários, na mesma faixa etária, para responder a outro questionário. Foi pedido que pensassem em um amigo do sexo oposto que não fosse o parceiro atual e, em seguida, descrevessem o grau da relação.

Os homens tiveram mais dificuldade em definir as colegas apenas como amigas. Mais especificamente, mais rapazes apontaram amigas como “membro do sexo oposto por quem sou atraído e a quem galantearia se houvesse oportunidade” do que as garotas que responderam às mesmas questões. Os rapazes estariam, então, numa friendzone maior, porém, predispostos a deixar clara a sua intenção de deixá-la para suas amigas.

Evolução

O interesse científico no assunto mora também na análise da evolução humana. A relação voluntária não sexual (ou, em termos da pesquisa, não reprodutora) entre indivíduos de gêneros diferentes é uma novidade da evolução – principalmente na faixa etária que foi foco da pesquisa, os chamados jovens adultos.

Um dos desafios sociais desse tipo de relação é convencer outros grupos que não há romance ali. É que uma pesquisa publicada em 2015 por pesquisadores das universidades de Austin e Northwestern mostrou que aproximadamente metade dos casais entrevistados eram amigos antes de começarem a namorar. Harry e Sally estariam nestas estatísticas.

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