Chuck Berry foi recebido com grande reverência assim que soaram os primeiros acordes de "Roll Over Beethoven", música que abriu o confuso set list de pouco mais de uma hora apresentado nesta sexta-feira (12), a partir das 21h35, para a plateia que lotou o Teatro Positivo.
O diversificado público saudou de pé o pai do rock-and-roll com um aplauso caloroso que chegou a encobrir a maçaroca de notas formada pelo desencontro entre a regular banda de Chuck e os acordes aleatórios executados em sua Gibson.
Passado o frenesi do encontro inicial com a lenda, os erros ficaram mais evidentes. Vieram "School Days", "Sweet Little Sixteen", "Carol" e "Nadine". A guitarra de Chuck, embora emitisse uma minoria de sons dentro da harmonia, foi o instrumento mais alto durante todo o show.
A banda tinha de correr atrás: alongava alguns compassos até que Chuck se lembrasse de sua parte; tentava acompanhar riffs por vezes irreconhecíveis que o guitarrista puxava fora do script.
A performance de maior destaque acabou sendo da filha de Chuck, Ingrid Darlin Berry-Clay, que tocou harmônica em boa parte do show e cantou músicas como "Rock Me Baby".
Mas, apesar dos momentos em que ninguém entendia o que estava acontecendo nem no palco, nem na plateia , o público se manteve carinhoso e incentivador do início ao fim, aplaudindo quando Chuck aos 86 anos, com voz, pulmões e audição fracos acertava a mão.
Bem-humorado, o músico se movimentou no palco, interagiu com o tecladista e o baterista, brincou com a guitarra, fez piadas. "Aposto que vocês conhecem essa", disse, antes de tocar a famosa introdução de "Johnny B Goode". "Alguma coisa está acontecendo aqui em cima. Vou contar para vocês depois", brincou, ao trocar de guitarra com o filho, Charles Edwards Berry Jr., depois de várias tentativas frustradas de se entender com o seu instrumento.
Retribuindo o carinho do público, Chuck faz declarações de amor. "Tenho 87 anos. Faço shows há 52. E esta é a plateia mais agradável para a qual já toquei. Eu amo vocês", disse o músico, que ainda fez uma emocionada (e tocante) promessa: "Eu vou voltar. Vocês estão ouvindo? Eu vou voltar".
O cantor ainda arriscou breves passos de sua célebre duck walk (dança do pato) em meio às 15 garotas convidadas para dançar no palco durante o longo solo que encerrou o show. Incansável, teve de ser avisado de que era hora de parar. Foi levado para fora do palco ainda tocando, pouco mais de uma hora depois do início do show.
Galeria
Cultura e Lazer | 3:39
Cantor americano abriu o show com "Roll Over Beethoven" e enfileirou clássicos como "Sweet Little Sixteen" e "Johnny B Goode", conquistando a calorosa plateia do Teatro Positivo mesmo com numerosos deslizes no palco.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink