Ilustração de livro infantil deixou de ser coisa de criança. Entusiasmados com a demanda das editoras de olho nas compras governamentais de livros paradidáticos - que, a exemplo da Companhia das Letras e Cosac Naify, criaram selos especiais para o público infanto-juvenil - ilustradores se articulam para vender o produto de seu trabalho de forma mais organizada. Quem sai ganhando com a profissionalização é o leitor.
Impressionada com o aumento do nível das ilustrações de livros dirigidos a crianças e jovens, Ieda de Oliveira, professora carioca de Teoria da Literatura, até defendeu uma tese sobre o assunto e lançou pela editora Difusão Cultural do Livro (DCL) O Que é Qualidade em Ilustração no Livro Infantil e Juvenil, segundo de uma série de três volumes dedicados ao tema com a participação de escritores (o primeiro), ilustradores (o segundo) e educadores (o terceiro, a sair ainda este ano pela mesma editora).
Como um cartão de visitas, a Sociedade dos Ilustradores do Brasil (SIB) lançou um catálogo com alguns dos principais ilustradores que integram a associação.
Primeiro de uma série de publicações temáticas, o catálogo traça o perfil de 40 ilustradores brasileiros e estrangeiros de diferentes gerações. Os trabalhos apresentam não só o estilo pessoal desses artistas como refletem a evolução da ilustração de livros no Brasil nos últimos 40 anos, desde que Ziraldo desenhou, em 1969, o hoje clássico Flicts. O ilustrador Odilon Moraes, autor de A Princesinha Medrosa, lembra que o colega carioca revolucionou o vocabulário gráfico da época, destacando o papel autônomo das imagens que, nos anos 1980, obrigariam a crítica a prestar atenção na ilustração como linguagem independente, "adotando novas abordagens de leitura".
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