Programe-se
Curitiba Binocular
Rodoferroviária de Curitiba (Av. Presidente Affonso Camargo, 330 Centro), (41) 3320-3000. Fotografias de Teresa Bonfim e Eric Mathyer. Diariamente, 24 horas por dia. Entrada franca. Até 27 de julho.
No corredor de concreto cinza, duas fotografias de uma velha residência de madeira se destacam: uma, retrata a casa triste e desbotada. Outra, salienta um verde alegre das árvores, que emolduram uma pequena tela com cópia de um quadro de Tarsila do Amaral. Os registros são do mesmo espaço, mas os olhares, completamente distintos. Essa foi a ideia principal dos fotógrafos Teresa Bonfim e Eric Mathyer quando pensaram em Curitiba Binocular, exposição composta por 60 fotografias da cidade espalhadas pela ala interestadual (já reformada) da Rodoferroviária.
Os dois se conheceram em um curso de especialização, ficaram amigos e resolveram sair juntos, uma vez ao mês, passeando e fotografando os mesmo espaços de Curitiba o resultado é o retrato do contraste comum nas metrópoles. "Ficamos amigos e pensamos que seria um projeto que daria certo", diz Teresa, santista que mora há 14 anos na capital paranaense. Mathyer, suíço que se mudou para o Brasil por "coisas do coração", está aqui desde 2007.
Em um ano, foram 12 saídas juntos, uma por mês em média, por vários bairros. O resultado? Cinco mil cliques. "Foi um pesadelo escolher as fotos que iriam entrar na exposição", conta Mathyer, rindo.
Para Teresa, o mais revelador nas andanças foi conhecer o bairro Riviera, essencialmente rural e pouco povoado, próximo da BR-277. "Eu não o conhecia e fiquei muito surpresa. É muito diferente do que a gente conhece."
Outra descoberta que os dois fizeram sobre Curitiba foi o de desmistificar um velho mito: o de que os curitibanos são sisudos, desconfiados e fechados. "Muitas pessoas nos convidavam para entrar, pediam para fotografar a casa. No geral, foram muito receptivos", frisa Teresa. As histórias de vida, colhidas nessas conversas, segundo os fotógrafos, renderiam até um novo projeto.
A mutação da cidade, segundo Mathyer, também chama a atenção: a casa com a obra de Tarsila, fotografada no bairro Mercês, próximo de onde mora, já não é a mesma do registro. "É uma foto que não poderia ser feita mais uma vez."
Montagem
O visitante ou passageiro que parar para ver Curitiba Binocular de cabo a rabo vai perceber que as fotos do Centro da cidade estão, justamente, na metade do corredor. As das outras regiões seguem para as extremidades. Por ser um local aberto, os fotógrafos optaram por imprimir as imagens em papel de algodão, que é mais resistente ao calor e à umidade.
Outro cuidado da dupla, depois de finalizado o projeto, foi o de escolher um local público de muita circulação para expor as fotografias.
De início, pensaram no Mercado Municipal, mas viram na Rodoferroviária um potencial maior. "É um lugar popular, com pessoas de vários estados e países, e muitos não estão acostumados a entrar em uma galeria ou museu", acredita o fotógrafo.
A mostra é aberta para visitação durante todo o horário de funcionamento, ou seja, 24 horas por dia. "É uma galeria aberta, ninguém tem a desculpa de dizer que não teve tempo de visitar", salienta Mathyer.
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