Cuba elogiou na sexta-feira o ator norte-americano Benicio del Toro por sua interpretação do guerrilheiro Ernesto "Che" Guevara, mas criticou o retrato que o filme do diretor Steven Soderbergh fez de Fidel Castro, ex-presidente da ilha.
Del Toro apresentará o filme ao lado de Rodrigo Santoro, que faz o papel do atual presidente de Cuba, Raúl Castro.
Guevara foi um médico argentino que lutou junto com Fidel na revolução de 1959 e é considerado herói nacional em Cuba.
"Temos que aplaudir a Soderbergh e Benicio del Toro -- o ator que, com eficácia, nos faz pensar que estamos vendo um herói de carne e osso -- pelo risco de ter filmado esta história", disse o Granma, o jornal do Partido Comunista.
Mas o jornal não foi tão generoso com Demián Bichir, o ator mexicano que encarna Fidel Castro.
"O Fidel interpretado por Demián Buchir, a quem não faltaram elogios, apreendeu gestos que se convertem em um mostruário iconográfico. No entanto, não vai mais além: falta-lhe carisma e profundidade".
O filme de Soderbergh é dividido em duas partes ("Argentina" e "Guerrilha") e será exibido no festival de cinema de Havana.
As filmagens aconteceram na Espanha e na Bolívia, onde Guevara foi capturado e executado no dia 9 de outubro de 1967, enquanto tentava expandir a guerrilha marxista pela América Latina.
O jornal oficial disse que o saldo do filme é positivo, embora a figura do mítico guerrilheiro argentino tenha sido, segundo o Granma, alvo de "manipulações".
"Che é um dos personagens mais amados e, ao mesmo tempo, odiados da história da humanidade", disse o jornal, que dedicou uma página inteira ao filme.
Del Toro e Santoro viajam a Cuba depois de apresentar o filme em Miami, onde a exibição, feita na quinta-feira, foi precedida por protestos de exilados cubanos de linha dura.
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