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O mercado para downloads legítimos de música está florescendo, mas o problema da incompatibilidade de formatos continua a incomodar. Pergunte a qualquer pessoa que tenha tentado baixar uma canção do Napster com o objetivo de tocá-la em seu iPod.

O cerne da questão são os sistemas concorrentes de administração de direitos autorais digitais (DRM) criados pelas rivais Apple Computer e Microsoft. Os arquivos que empregam o DRM de uma empresa são incompatíveis com os players que aceitam tecnologia rival, de acordo com a revista "Billboard".

A indústria fonográfica e muitos dos seus parceiros no varejo online identificaram esse problema 18 meses atrás. Mas hoje não estão mais próximos de encontrarem uma solução, graças a falta de cooperação entre os pesos pesados da tecnologia. Os especialistas dizem que o dilema do DRM talvez continue sem solução por mais dois anos.

- Não é algo que vê desaparecer rapidamente - disse William Pence, vice-presidente de tecnologia do Napster, em recente conferência sobre DRM em Nova York.

A tecnologia DRM protege os arquivos de música para impedir cópias em massa e distribuição em redes gratuitas de troca de arquivos das canções obtidas por download pago. O sistema dita quando, onde e como os arquivos musicais podem ser consumidos de maneira legítima.

O DRM do Windows Media da Microsoft está incorporado a mais de 60 aparelhos e é usado por arquivos digitais vendidos por dezenas de grupos de varejo, como Napster, AOL, Yahoo, RealNetworks, Virgin, FYE e Wal-Mart. O sistema DRM da Apple se chama Fair Play e só funciona em serviços e produtos controlados pela Apple, como o iPod e a loja online de música iTunes.

A medida que aumenta o número de consumidores que optam pela música digital, as questões de diferentes formatos de DRM entre Apple e Microsoft se tornam ainda mais pronunciadas. A Apple, que assumiu a liderança inicial do mercado, resiste fortemente a um acordo no interesse da compatibilidade.

Mais de 184 milhões de faixas foram vendidas nos Estados Unidos nos 12 meses até o final de julho, de acordo com a Nielsen SoundScan. Isso é quase o dobro do volume vendido no mesmo período um ano antes.

Apesar disso, alguns executivos da indústria da música digital afirmam que problemas de compatibilidade estão atrasando a expansão do volume de vendas de downloads e de serviços de assinatura.

- Está inquestionavelmente segurando o mercado - afirmou David Pakman, gerente da Dimensional Associates e chefe do varejista de música online eMusic. "Se tudo fosse interoperável, então certamente as vendas seriam maiores."

A Dimensional e a eMusic estão evitando os problemas de DRM ao não utilizarem nenhuma tecnologia de proteção. Em vez disso, elas vendem conteúdo licenciado no formato aberto MP3. Essa tática limita a quantidade de música que podem oferecer porque nenhuma grande gravadora tem interesse que suas faixas sejam vendidas em MP3.

Para quem está comprometido com a segurança do DRM, a situação pode ficar ainda mais complicada conforme as operadoras de telefonia celular entram em cena para permitirem que seus clientes usem seus aparelhos para comprarem músicas.

Um consórcio de operadoras e fabricantes de celulares conhecido como Open Mobile Alliance está desenvolvendo um terceiro formato DRM, OMA, para telefones móveis.

A Sony BMG Music Entertainment está entre os simpatizantes da OMA, mas até mesmo o presidente da divisão digital global da gravadora, Thomas Hesse, reconhece que outro padrão de direitos autorais "não vai tornar as coisas mais fáceis".

Microsoft e Apple também estão querendo facilitar a venda de música por celulares, obtendo apoio de fabricantes como Motorola (favorável à Apple) e Nokia (alinhada com a Microsoft).

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