• Carregando...

Imensos conglomerados de favelas. Crianças vivendo em meio à violência, cometendo crimes, assaltando e matando. Seria "Cidade de Deus" se o cenário não fosse Johannesburgo (África do Sul). Assim é "Infância roubada", filme que entrou em cartaz em cinemas de algumas cidades brasileiras na semana passada.

Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2006, o longa tem como título original "Tsotsi", que significa delinqüente juvenil. É também o nome do protagonista, interpretado pelo ótimo Presley Chweneyagae, um rapaz perturbado, que vive como se não tivesse nada a perder.

Logo na seqüência inicial do filme, Tsotsi sai com sua gangue para um assalto no metrô. Escolhem um senhor como alvo, mas o homem reage e acaba morto, friamente, no meio da multidão que lota o vagão. O ocorrido acaba gerando discórdia entre os integrantes da gangue, mas Tsotsi não recua. Pelo contrário: certo de que está com a razão, espanca um dos companheiros quase até a morte.

Furioso, sai pela rua em busca de um novo alvo. Em um bairro de classe média alta, rouba o carro de uma mulher quando ela está chegando em casa. O problema é que, além do veículo, ele acaba levando também o bebê da mulher, que estava no banco traseiro. Sem alternativas e desesperado, Tsotsi leva a criança para sua casa e tenta, sem nenhuma habilidade, cuidar dela.

Quando o bebê chora de fome, ele o alimenta com leite condensado. Nessa mesma hora, batem na porta de sua casa. Ele esconde a criança dentro de uma sacola, com a lata de doce. Quando volta, as formigas dominaram não só o leite condensado como a criança. Tsotsi precisa de ajuda e apela para uma jovem mãe que mora próximo dele, na mesma favela. Pede que ela amamente o bebê e cuide dele, enquanto pensa melhor no que fazer.

A presença da criança instiga a memória do jovem. Ele se lembra da mãe doente e do pai violento, que o maltratava. Tudo isso desperta em Tsotsi o desejo de "corrigir" o rumo de sua vida, e o símbolo da redenção é o bebê roubado. Mas quando decide devolver a criança à família, pode ser tarde demais para arrependimento.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]