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Um grupo de 45 escritores – composto por jornalistas, historiadores, autores e membros da ABL (Academia Brasileira de Letras) – publicou nesta terça (24) nos principais jornais do país um manifesto contra a censura às biografias. O texto já havia sido lido pelo jornalista e escritor Ruy Castro na abertura da Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, no início do mês.

No manifesto, os intelectuais criticam a necessidade de obter um consentimento prévio de biografados para que a obra seja autorizada a circular. "(…) Não faz sentido exigir-se o consentimento prévio da personalidade pública cuja trajetória um autor ou historiador pretende relatar como condição para a publicação de biografias".

O documento foi assinado por personalidades como Boris Fausto, Ferreira Gullar, Luís Fernando Veríssimo, Zuenir Ventura, Milton Hatoum, Mario Magalhães, Nelson Pereira dos Santos, Fernando Morais, Cristóvão Tezza e Ziraldo. Imortais da ABL também assinaram, como Ana Maria Machado, Cícero Sandroni, Cleonice Berardinelli, Evanildo Bechara, Nélida Piñon e Domício Proença.

Os intelectuais alertam para a existência da "proliferação de uma censura prévia" no que se refere à proibição das biografias não autorizadas.

O manifesto aponta que o Brasil é a única democracia que determina a autorização prévia do biografado. "Um país que só permite a circulação de biografias autorizadas reduz a sua historiografia à versão dos protagonistas da vida política, econômica, social e artística.

Uma espécie de monopólio da História, típico de regimes totalitários", diz o texto.

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