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Já não se fazem mais marchinhas como antigamente. A explicação é fácil: na época da "Cabeleira do Zezé" e da "Pipa do Vovô" não havia internet e computador era coisa de ficção científica.

Com inscrições abertas, o 4º Concurso Nacional de Marchinhas da Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, tem entre as palavras-chave de boa parte das letras candidatas elementos cibernéticos como orkut, blogs, my space e msn.

"A marchinha, para existir, tem que refletir a atualidade, ser contemporânea. A computação e a tecnologia não têm como ficar de fora", explica o idealizador do concurso Perfeito Fortuna.

'Vou botar no seu Orkut'

"Isso mostra que estamos renovando essa tradição. Para se ter uma idéia, a maioria das músicas que falam sobre internet inscritas tem autores da terceira Cidade", revela a organizadora do evento, Vanessa Damasco. "No geral, o tema fala mais de relacionamento, como ‘Vou Botar no Seu Orkut’, que a gente teve no último concurso", diverte-se ela.

"Sempre falei que minhas músicas eram cartões portais do carnaval e a internet está aí nos retratos dos carnavais de hoje", diz João Roberto Kelly, autor de clássicos como "Maria Sapatão" e "Cabeleira do Zezé".

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