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Estarão os Beatles finalmente tomando o rumo digital? Após décadas de disputas legais entre a holding dos "Fab Four", a Apple Corps, e a fabricante de computadores Apple, as duas finalmente parecem estar se aproximando.

A dona da popular loja de música online iTunes, que já vendeu mais de 2 bilhões de downloads, mas ainda não obteve autorização para vender faixas dos Beatles, optou, apesar disso, por tocar um dos sucessos da banda, "Lovely Rita", no lançamento de seu muito aguardado telefone celular, o iPhone.

A capa psicodélica do álbum dos Beatles "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" enfeitava o monitor gigante diante do qual o presidente-executivo da Apple Inc., Steve Jobs, falou sobre o celular que é ao mesmo tempo aparelho de comunicação e de mídia. Também foi exibida a capa de outro álbum, "Abbey Road".

Os Beatles estão entre os últimos grandes nomes da música que se recusam a licenciar a venda de sua música online. Entretanto, mais de 40 anos depois da banda irromper no cenário musical, fontes dizem que as negociações para digitalizar o catálogo do grupo estão chegando perto de uma conclusão.

"Há negociações em curso entre Apple e Apple", disse uma fonte bem informada sobre o assunto, citando ter conhecimento de reuniões que teriam ocorrido entre as duas partes nas últimas semanas.

"Faria sentido os Beatles colocarem sua música online, e vale supor que isso ocorra mais cedo, em lugar de mais tarde", disse a fonte. A Apple Corp. pertence a sir Paul McCartney, Ringo Starr e às viúvas de John Lennon e George Harrison.

Observadores da indústria andam atentos desde que, em novembro, David Munns, diretor da divisão norte-americana do EMI Group, disse em uma conferência online em San Francisco que a música dos Beatles estará disponível para download "em pouco tempo".

Outra fonte próxima do assunto disse que tanto a Apple Corps quanto a EMI, que é o selo dos discos dos Beatles, têm tido cuidado para não afastar outros varejistas potenciais, como a rede Wal-Mart, fechando um contrato de exclusividade com a iTunes.

"Se houver um contrato de exclusividade, as repercussões podem ser sérias", comentou uma fonte.

As fontes disseram que detalhes como o período de exclusividade para a iTunes e outros têm sido tratados nas discussões realizadas nos últimos meses.

A Apple Corps e a Apple Inc., que na terça-feira tirou a palavra "Computer" de seu nome, tiveram uma desavença prolongada em torno de seus nomes e logotipos. Em maio, um juiz de Londres tomou decisão favorável à fabricante de computadores, dizendo que a iTunes não violou um acordo de 1991 pelo qual Steve Jobs foi autorizado a continuar a trabalhar sob a razão social Apple, desde que concordasse em não atuar no ramo da música.

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