Iron Maiden: 66 dias no voo 666

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Por pouco a banda inglesa Iron Maiden não vive na pele a experiência de um terremoto em uma megalópole. Faltavam apenas dez minutos para o Ed Force One (Boeing 757, pilotado pelo vocalista Bruce Dickinson, no qual o grupo excursiona) aterrissar no aeroporto de Tóquio quando foi dado um aviso para que a aeronave desviasse seu curso para a cidade vizinha de Nagoya. Os motivos só foram conhecidos pelos integrantes da banda após o pouso. "Ficamos muito preocupados, acompanhando as notícias sobre o desenrolar da situação. Acabamos cancelando os shows em Tóquio por motivos de segurança, o que foi uma grande pena", conta o guitarrista Dave Murray, 54 anos, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo.

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Mas, segundo o simpático Murray, até agora esse foi o único momento tenso da turnê mundial The Final Frontier, iniciada em fevereiro, em Moscou e que chega a Curitiba no dia 5 de abril, para uma única apresentação, no Expotrade Pinhais. Referente ao mais recente álbum do grupo, The Final Frontier (2010), a turnê irá percorrer cerca de 80 mil quilômetros em 66 dias e já passou por países antes nunca visitados pelo Iron Maiden, como Singapura, Indonésia e Coreia do Sul. "Essa turnê está indo muito bem e agora, que estamos indo ao Brasil, vai ficar melhor ainda", destaca o músico.

Clássicos

Esta é a nona ocasião em que o Iron Maiden vem ao Brasil e, desta vez, seis cidades terão a honra de sediar shows da banda ícone do heavy metal britânico – São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belém, Recife e Curitiba. Diferentemente do show da última turnê que passou por aqui, em 2008, na Pedreira Paulo Leminski, que revisava os álbuns lançados pela banda na década de 1980, a nova excursão privilegia as canções de The Final Frontier, 15.º disco do grupo.

Mas Murray avisa: há espaço para clássicos no repertório. "Sim, o foco é no novo disco, incluindo a cenografia do palco e o Eddie [mascote da banda, que aparece em formato de um robô gigante durante os shows]. Mas o set list traz músicas desde o primeiro álbum. Podemos dizer que é uma coleção de canções que não tocamos há muito tempo. Entre elas, bem, posso citar...[pensa por alguns segundos] ‘The Trooper’! Definitivamente vamos tocar ‘The Trooper’", adianta Murray, entre risos. (confira o repertório do show realizado em Bogotá, no último domingo, no quadro abaixo).

Por falar em clássicos, a banda acaba de lançar (apenas no exterior, por enquanto) uma nova coletânea, que reúne as principais canções do grupo lançadas nas últimas duas décadas, From Fear to Eternity: The Best of 1990–2010. Em formato duplo, a compilação é tida pela banda como uma oportunidade para os fãs mais jovens adentrarem seu extenso legado. "Sem dúvida esse material acaba servindo para os novos fãs, pois muitos deles são tão jovens, que ainda não tiveram a chance de nos ver tocando ao vivo", explica.