Veja o Set list do show desta terça:
Moonchild
Can I Play with Madness
The Prisoner
2 Minutes to Midnight
Afraid to Shoot Strangers
The Trooper
The Number of the Beast
Phantom of the Opera
Run to the Hills
Wasted Years
Seventh Son of a Seventh Son
The Clairvoyant
Fear of the Dark
Iron Maiden
Bis:
Aces High
The Evil That Men Do
Running Free
Galeria
A promessa foi cumprida. Na noite fria que desabou sobre Curitiba ontem (24), a expectativa que unia os milhares de fãs de metal que lotaram o BioParque para ver os gigantes Slayer e Iron Maiden era a mesma: mais uma noite da experiência extrema que só o metal pode proporcionar. E depois de mais de cinco horas de porradas sonoras da melhor qualidade, o sentimento geral foi de satisfação completa.
Ainda à tarde, os suecos do Ghost mostraram a sua peculiar mistura de sonoridades pop e pesada, com vocal letras e mise en scène recheadas de blasfêmias e profanações. Funcionou e a banda mascarada saiu do palco com um punhado de novos fãs.
Anjo da morteA coisa recrudesceu quando, pontualmente às 19h40, o Slayer subiu ao palco para uma hora da melhor "música para desajustados" possível. Sem firulas, a banda mostrou parte de seus clássicos da carreira de mais de três décadas, terminando com os furiosos petardos "Raining Blood" e "Angel of Death". O perigoso guitarrista Kerry King estava mais endiabrado do que de costume e o vocalista e baixista Tom Araya reclamou, bem-humorado, em espanhol, do frio polar que só fazia despencar minuto a minuto. O show não foi perfeito, pois faltou um pouco de grave na equalização do som da banda, mas nada que tenha prejudicado a performance.
Destaque para os novos integrantes da banda, o guitarrista Gary Holt (Exodus) e o baterista Paul Bostaph (Testament) e não deixaram cair a peteca. O último está de volta à formação no lugar do grande Dave Lombardo, que parece preferir tocar em qualquer outra banda do que na sua própria. O primeiro substitui o guitarrista Jeff Hanneman, morto em maio deste ano. No meio do show, o telão do palco parou de mostrar a banda ao vivo e passou a exibir fantásticas imagens antigas do guitarrista em uma bonita homenagem que seguiu até o final do show. No mundo dos grandes shows de metal, todos sabem que é covardia tocar depois do Slayer, algo que a maioria das bandas procura evitar, pois sobra pouco por fazer.
"Grite para mim, Curitiba!"
Para tanto, é preciso que seja uma banda da dimensão do Iron Maiden, com um catálogo inesgotável de hits, músicos carismáticos e de primeiríssima linha, a legião de fãs mais apaixonada do metal e uma superprodução à prova de falhas. O Iron Maiden consegue dar ao povo o que povo quer. E ontem, em Curitiba pela quinta vez, a química se repetiu.
Bruce Dickinson (cada dia mais parecido com Roman Polanski) entrou vestindo um fraque esfarrapado, lembrando um personagem de Charles Dickens. Correu pelo palco, trocou de roupa algumas vezes e levantou a galera com seu bordão de uso local: "Scream for me, Coooriteeeba!" , familiar a quem já assistiu ao Iron na cidade.
O show, que privilegiou os álbuns clássicos da banda (com destaque para "Phantom of the Opera", do disco de estreia "Iron Maiden", tocada pela primeira vez na cidade), teve tudo o que um autêntico fã do Maiden esperaria: da pirotecnia aos solos inconfundíveis de guitarra, às intervenções de várias encarnações do monstro Eddie. Um show de primeira. No final, a banda deixou ao público a certeza de que, na próxima turnê, Curitiba estará novamente na rota do Maiden. Voltem sempre.
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