São Paulo (Folhapress) Christophe Blain nasceu em Paris, em 1970, freqüentou e foi expulso da Escola de Artes em 1989, alistou-se na Marinha em 1991, passou uma temporada em uma base francesa no Pólo Sul em 1997 e, no mesmo ano, voltou à França e se tornou desenhista profissional. Desde então, é um dos novos autores que têm se destacado na produção da bande dessinée, a história em quadrinhos francesa, especialmente por trazer de volta um traço clássico, próximo ao de mestres como Hergé, e por construir roteiros que evocam a literatura clássica de aventuras.
Isaac, o Pirata, que a Conrad lança neste mês, é possivelmente o mais conhecio exemplo de sua obra. A edição brasileira reúne os três primeiros capítulos das aventuras do pintor judeu (mas ateu, como se declara) Isaac Sofer, editados na França a partir de 2001.
A trama, passada no século 18, conta a história do jovem e talentoso Isaac, apaixonado por pintura e por temas marítimos, mas com um problema comum aos iniciantes: a falta de dinheiro. A solução para o seu problema aparece na forma de um cirurgião que o convida para conhecer o capitão de um navio, para o qual poderia trabalhar como pintor.
Antes que se dê conta, Isaac está em um navio rumo às Américas e descobre que o capitão para quem vai trabalhar é o pirata Jean Mão-Boba. A partir daí, o plano de ganhar algum dinheiro e voltar para os braços da mulher se transforma numa empreitada que vai do Caribe até o Pólo Norte, com direito a batalhas navais, pilhagens e descoberta de novas terras. O roteiro de Blain é inspirado em sua carreira militar por um motivo prático, segundo ele: por considerar que o maior problema de criar uma HQ é adequar a velocidade do cérebro (que cria enredos rapidamente) com a da mão (que os transforma em desenho mais lentamente), prefere tratar de temas que lhe são familiares.
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