Os brasileiros têm a chance de assistir, antes que os franceses, ao simpático Um Amor em Paris, segunda parceria do diretor Marc Fitoussi com a atriz Isabelle Huppert, que estreia em sua terra natal apenas em junho. O filme integra a programação deste ano do Festival Varilux, que termina hoje.
Juntos, o cineasta e a estrela, que está no Brasil para promover o evento, já haviam feito, em 2010, o sucesso Copacabana, que chamou a atenção de público e crítica quando lançado, pelo fato de trazer Isabelle (de A Professora de Piano), uma respeitada atriz associada a personagens dramáticos, em uma comédia, gênero pouco presente em sua carreira.
"Na França, brincam comigo, dizendo que eu consegui um milagre: fazê-la sorrir na tela. Existe uma ironia nisso, porque, na vida real, ela é uma pessoa muito engraçada", disse o diretor, em entrevista concedida no Rio de Janeiro.
A "ousadia" de Fitoussi foi tamanha que muitos produtores tinham dúvidas de que o público a aceitaria nesse tipo de papel. Deu tão certo, que o diretor resolveu repetir a dose.
Em Um Amor em Paris, Isabelle vive o papel de Brigitte, a mulher de um fazendeiro, Xavier (Jean-Pierre Darroussin), criador de gado na região da Normandia, no norte da França. Eles estão na casa dos 50 anos, se amam, mas passam por uma fase de certa monotonia, algo que não é conversado, mas que se manifesta em Brigitte fisicamente: surgem placas vermelhas, possivelmente de fundo alérgico, em sua pele, justamente na região superior do tórax, próxima ao coração.
"É uma condição física, mas também uma metáfora, para falar da inquietude, da insatisfação que sente", disse Fitoussi, que estava feliz em poder ver de perto a reação dos brasileiros a seu filme. "Aqui as pessoas são mais verbais, perguntam, fazem comentários."
Ao ser cortejada por um homem mais jovem, Stan (Pio Marmaï), de passagem em sua região, Brigitte decide se consultar com um médico em Paris, onde o rapaz mora. Programa dois dias na cidade, na expectativa de que algo novo e excitante lhe aconteça. O filme brinca com essas possibilidades. GGG1/2
O jornalista viajou a convite do Festival Varilux de Cinema Francês.
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