Itália e Unesco anunciaram nesta terça-feira (16) a criação de uma “força-tarefa”, chamada os “capacetes azuis da cultura”, formada por 60 especialistas, para proteger e conservar o patrimônio cultural do planeta, inclusive em lugares afetados por conflitos.
O anúncio foi feito ao longo de uma cerimônia oficial da qual participaram os ministros italianos da Cultura, Defesa, Educação, além do comandante-general das Forças Armadas e a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova.
A força especial, que por ora conta com 30 agentes especializados da polícia e 30 especialistas, entre arqueólogos, restauradores e especialistas em arte, será enviada para os lugares onde o patrimônio cultural corre risco, por conflitos, terremotos ou catástrofes naturais, explicaram fontes do ministério da Cultura italiano.
O acordo entre Itália e a Unesco foi alcançado no marco da coalizão mundial “Unidos pelo patrimônio”, aprovada em junho do ano passado.
No último 17 de outubro, 53 países votaram em Paris, sede da Unesco, a favor da iniciativa italiana.
A criação destes “capacetes azuis”, que intervirão com conhecimento e sem armas, responde à recente escalada de destruição e saqueamento sistemático de espaços culturais, assim como aos ataques contra símbolos da cultura, monumentos arqueológicos e templos de minorias religiosas.
“Temos a capacidade de intervir no coração de qualquer civilização. Proteger a cultura e os monumentos é uma arma importante para derrotar as ameaças terroristas”, garantiu a ministra da Defesa, Roberta Pinotti.
“Eles estão operacionais e prontos para funcionar quando a Unesco quiser”, disse o ministro da Cultura italiano, Dario Franceschini.
A Itália, entre os países com maior patrimônio histórico e artístico do mundo, possui um corpo de renome de policiais especializados no tráfico de obras de arte, que irão participar da “força-tarefa” especial.
Também participarão vários centros especializados em restauração e conservação de monumentos, assim como a prefeitura de Turim (norte), onde será criada uma escola de formação aberto a todos.
A destruição, em maio do ano passado, das antigas ruínas de Palmira, na Síria, por membros do grupo Estado Islâmico, chocou a comunidade internacional.
Templos, torres funerárias e o arco do triunfo da cidade milenar localizada no deserto, foram destruídos com explosivos pelos extremistas, que consideram santuários e estátuas símbolos de idolatria.
Bovoka reiterou em Roma que a destruição desses monumentos é considerado um crime de guerra.
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