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O governo italiano e as principais figuras da indústria da moda estão elaborando um manifesto para combater a presença de adolescentes ultramagras nas passarelas, dentro da onda crescente de promover um visual mais saudável.

Em setembro, a Espanha proibiu modelos abaixo de determinado peso de participar de um evento de moda em Madri. Agora, o Brasil e a Argentina estão se unindo ao movimento, garantindo que as modelos tenham pelo menos 16 anos de idade e não sejam supermagras.

As poderosas marcas de Milão inicialmente resistiram às pressões para imitar as normas espanholas, e o chefe da Câmara Nacional de Moda da Itália, Mario Boselli, disse naquela época que ``talvez uma menina em cada cem'' podiam ser definidas como magras demais.

Mas Boselli, cujo lobby representa marcas como Armani, Versace e Prada, reuniu-se esta semana com a ministra da Juventude da Itália, Giovanna Melandri, e concordou em criar junto com o ministério um código de boa conduta auto-regulatório.

``A Itália tem um papel estratégico importante no mundo da moda, portanto temos que mandar uma mensagem contundente'', disse Flaminia Spadone, assessora do ministro.

O manifesto será lançado antes da semana de moda de Milão, em fevereiro, um evento essencial do calendário das passarelas.

``Gostaríamos que as casas de moda, as agências de modelo, os fotógrafos e todo mundo que trabalhe no mundo da moda assine a carta'', disse ela. ``Seria voluntário, mas entidades profissionais poderiam decidir impor sanções contra pessoas que não assinarem, impedindo-as de participar de eventos da moda.''

Boselli disse à Reuters que o manifesto pode exigir que as mulheres sejam submetidas a exames médicos para verificar seu peso, embora também possam ser levados em conta fatores como influências genéticas.

O movimento contra as modelos supermagras ganhou ainda mais força depois da morte da modelo brasileira Ana Carolina Reston, por complicações causadas pela anorexia.

``Não teremos um limite específico de índice de massa corporal como eles têm na Espanha'', disse Boselli.

Mas Spadone disse que o ministério gostaria sim de impor um limite no IMC, que mede a relação entre o peso e a altura. Segundo ela, as modelos que estiverem abaixo de 18,5 no índice - a definição da Organização Mundial da Saúde para abaixo do peso - não devem receber permissão para trabalhar, pelo bem de sua saúde.

``No Terceiro Mundo, se alguém tem IMC de menos de 18,5, eles enviam ajuda humanitária'', disse ela.

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