O governo e a indústria da moda da Itália assinaram oficialmente na sexta-feira o acordo para manter as modelos ultramagras longe das passarelas.
O manifesto também proíbe o uso de modelos com menos de 16 anos, devido ao risco de elas ``transmitirem uma mensagem errada a meninas da mesma idade, numa fase delicada de pré-adolescência''.
``Sessenta por cento das adolescentes de nosso país gostariam de ser mais magras do que são'', disse Giovanna Melandri, ministra responsável pela política relativa à juventude, depois da cerimônia de assinatura do documento, em Roma.
A Espanha proibiu a participação de modelos de peso muito baixo em setembro. A iniciativa ganhou força depois da morte da modelo brasileira Ana Carolina Reston, de 21 anos, em consequência de complicações da anorexia.
O acordo, porém, não prevê punições e seu cumprimento não é obrigatório. Mas os líderes da indústria presentes prometeram que as marcas vão seguir as novas regras.
Uma das sugestões foi punir internamente as casas que não obedecerem ao novo código, retirando-as de eventos importantes ou das melhores datas.
``Trata-se de uma punição técnica. Mas essas questões técnicas são muito importantes na moda'', disse Stefano Dominella, presidente da AltaRoma, que organiza os eventos de moda de Roma.
O documento pede que as modelos apresentem atestados médicos e diz que aquelas com ``transtornos alimentares aparentes'' serão impedidas de participar dos eventos.
Entre os critérios usados estará o IMC, índice de massa corporal - a proporção entre o peso em quilos e o quadrado da altura em metros. A Organização Mundial da Saúde classifica mulheres com IMC de menos de 18,5 como abaixo do peso.
Mas, para o presidente da Câmara Nacional de Moda Italiana, Mario Boselli, cujo grupo representa grandes marcas como Armani, Versace e Prada, o IMC nem sempre é um indicador justo. Ele citou como exemplo uma reportagem que dizia que a modelo Naomi Campbell tem IMC abaixo de 18. ``Ela não é anoréxica e tem boa saúde'', disse Boselli.
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