Fabio De Luigi interpreta um roteirista em crise metido num imbróglio ficcional sobre duas famílias| Foto: Divulgação

Diretor mais conhecido por Mediterrâneo – comédia que levou um Oscar de filme estrangeiro em 1992 –, Gabriele Salvatores centra o foco nas complicações dos relacionamentos modernos em Estranhos Normais (2010 - confira trailer, fotos e horários das sessões; atenção à data de validade da programação em cinza), que estreia hoje em diversos cinemas da capital.

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Se o olhar é cômico, também é justo dizer que não se trata de uma comédia qualquer. Fiel às suas raízes teatrais, Salvatores aliou-se ao dramaturgo e ator Alessandro Genovesi, que veio do mesmo Teatro dell’Elfo fundado por Salvatores nos anos 1970, para adaptar a sua bem-sucedida peça teatral, Happy Family (o título original também do filme na Itália).

No longa-metragem, quem substitui Genovesi como ator, na pele do roteirista em crise Ezio é Fabio De Luigi. É ele quem conduz as tramas paralelas que se desenvolvem na tela, ou seja, a sua própria crise profissional, em que se debate para escrever o roteiro de um filme, depois de ver seu casamento terminar; e também o imbróglio de duas famílias que, em sua ficção, misturam seus caminhos por conta da inesperada decisão de seus filhos adolescentes, Filippo (Gianmaria Biancuzzi) e Marta (Alice Croci), de se casarem.

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Há todas as diferenças sociais e culturais possíveis entre as famílias. De um lado, estão os sofisticados e um tanto frios Vincenzo (Fabrizio Bentivoglio) e Anna (Margherita Buy), pais de Filippo. Do outro, estão os cafonas pais de Marta (Diego Abatantuono e Carla Signoris).

O próprio autor da história entra no jogo também como um personagem que é a sua imagem e semelhança em tudo.

Intimidade

Estreitando os laços com a metalinguagem, o roteirista fala direto com a câmera, em momentos confessionais que procuram ganhar a simpatia do espectador. Em outras cenas, enfrenta igualmente uma rebelião dos personagens das duas famílias com seus destinos.