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Embora J. C. Chandor seja muito americano nos temas que aborda, (é possível que eu fale uma besteira agora:) existe algo nos filmes dele que faz pensar em Jean-Pierre e Luc Dardenne, os belgas que fizeram Dois Dias, Uma Noite .

Você passa um tempo acompanhando um personagem que lida com acontecimentos mais ou menos triviais: um funcionário que falta ao trabalho, a mudança para uma casa nova, discussões sobre o futuro, uma visita à barbearia... De repente, o que parecia trivial ganha peso. E você está próximo de Abel, vivendo com ele e interessado nele, sem perceber como ou quando isso aconteceu.

No trabalho anterior de Chandor, Até o Fim, Robert Redford sofre um acidente em alto-mar e faz o que pode, sozinho, para impedir que seu barco afunde. E ele não diz uma palavra (a não ser talvez pelo esboço de um palavrão num momento de desespero). Não é só um filme, é uma experiência cinematográfica – menos pela forma e mais pelo efeito que ele pode ter em você. O personagem de Redford nem nome tem (nos créditos, aparece como “nosso homem”), mas você nunca mais vai esquecer dele. (IBN)

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