São Paulo - A escolha de Ignácio de Loyola Brandão como autor do livro do ano de ficção do Prêmio Jabuti, divulgado na última sexta-feira, na Sala São Paulo, não levantou dúvidas em relação à qualidade da obra vencedora, o infantil O Menino Que Vendia Palavras (Objetiva), mas revelou uma divisão entre o júri que escolhe os melhores em cada categoria e o grupo numeroso que vota nos livros do ano de ficção e de não-ficção este ano, vencido pelo jornalista paranaense Laurentino Gomes e seu 1808 (Planeta).
Loyola já se dava por satisfeito com o segundo lugar entre os infantis conquistado por sua obra, atrás apenas de Sei por Ouvir Dizer (Edelbra), de Bartolomeu Campos de Queiroz. Tanto que ele conversava com o poeta Ivan Junqueira quando o vencedor do livro do ano de ficção seria anunciado.
No palco, ainda atordoado ao receber a estatueta e um cheque no valor de R$ 30 mil, ele confessou sua certeza na vitória de Cristovão Tezza, ganhador do Jabuti de romance por O Filho Eterno (Record) e aposta certa da maioria dos presentes à cerimônia de entrega.
A surpresa veio por conta do sistema de votação. Enquanto as 20 categorias do Jabuti são definidas por um júri formado por 20 comissões de três pessoas cada, o livro do ano de ficção e o de não-ficção são escolhidos por um universo eleitoral mais amplo, que inclui ainda editores e livreiros.
Também não participam apenas os três vencedores de cada categoria mas todos as 2.131 obras inscritas, neste ano, para o Jabuti.
Excelência
1808, de Laurentino Gomes, segue nessa linha, mas com uma importante diferença: a excelência da obra se sobressai. O livro já vendeu mais de 400 mil exemplares em sua versão oficial (e outros 50 mil na versão infanto-juvenil) e colocou seu autor em uma interminável rota de palestras pelo país.
"O que mais me deixa satisfeito é ouvir comentários de que finalmente foi possível entender aquele momento histórico do Brasil", conta Gomes, autor de um texto compreensível e envolvente.
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